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28/04/2024



Sem Categoria

Máquina Viva

 Máquina Viva

JOGO JOGADO

Vestir xadrez

Pra dama branca

Trocar a torre

Pelo peão

 

Mais uma vez

Quebrar a banca

De pôquer podre

Errando a mão

 

Melhor de três?

Sem esperança

Porque não soube

Pedir perdão

Sérgio Viralobos

 

CHÃO SUJO DE SHOYU

Cheguei já morta de sede e pouca fome

Pra seu olhar de peixe imberbe

Tiro com raiva os sapatos

Peço uma garrafa

A japonesa serve toalhas quentes

Dou um gole no gargalo

Único objeto fálico

A ter hoje meu afago

Penso claramente agora

Não adiantam mais toalhas quentes

Entre overdoses de shoyu e wasabi

Viro a mesa com tudo em cima

Piso nos rastros distraída

Chorando entre o gengibre e a perplexidade

Esta dor tem que ficar em sigilo

(queria comer aquele monstro no aquário)

Suzana Cano e Sérgio Viralobos

 

HISTÓRIA DE AMOR SEM FIM

Asas de corvo sobre a prateleira

Meu som só toca música sombria

Eu caminhei sozinho a noite inteira

Chupando cana pra quem lhe assovia

Tentei ser o que não queria a mim

Você cruzava os dedos de uma figa

Nem osso pra cachorro sobrou enfim

Mas não se acaba o amor em uma briga

Antonio Thadeu Wojciechowski e Sérgio Viralobos

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