Em minha prática profissional, recebo muitas queixas a respeito dos gestores e líderes das empresas. Devido às instabilidades econômicas, insegurança pessoal e falta de inteligência emocional, alguns líderes apresentam um estilo de liderança autocrática, centralizadores e estabelecem uma relação complexa e distante da sua equipe. Atualmente, para manter uma equipe engajada necessita-se muito mais que um bom salário, o profissional espera se sentir valorizado pela empresa, ter seu trabalho reconhecido pela liderança e enxergar perspectivas de crescimento dentro da organização onde está inserido. Segundo pesquisas da Revista Científica Hermes, 32% dos funcionários não se sentem reconhecidos por seus patrões e 20% reclamam do relacionamento com a chefia.
Para Oliveira e Rocha (2017), o engajamento no trabalho é influenciado de forma significativa pela percepção de práticas de Recursos Humanos (RH) adotadas nas organizações, pela qualidade da relação entre o liderado e o seu líder, e pelas avaliações autorreferentes, ou seja, avaliações positivas do trabalhador sobre si. Da mesma forma, Boikanyo e Heyns (2019) afirmaram ter encontrado correlação positiva e significativa entre engajamento no trabalho e práticas de gerenciamento da qualidade total, principalmente nas dimensões empoderamento, recompensa/treinamento, suporte da alta administração e trabalho em equipe.
Tendo em vista que passamos cerca de 1/3 do nosso tempo no ambiente de trabalho, a insatisfação dos funcionários pode impactar diretamente no crescimento da organização. Se você é líder de uma empresa é hora de analisar como anda a sua equipe, ampliando a comunicação e desenvolvendo novas estratégias para que se tornem mais motivados, visto que a empresa de gestão e liderança Right Management realizou uma pesquisa e chegou a conclusão que os profissionais motivados são 50% mais produtivos. Desenvolvendo funcionários engajados é possível reduzir o número de demissões e rotatividade, aumentar a produtividade e reparar os conflitos internos. Para que haja amplificação da comunicabilidade entre a equipe e promoção de novos sistemas, é imprescindível a realização de reuniões frequentes, valorizando a colaboratividade para que o profissional se torne proativo na empresa, além de investimento em programas que promovam autoconhecimento, desenvolvimento de habilidades e carreira.
Referências
BOTTCHER, Eliane e MONTEIRO, Janine Kieling. Engajamento no trabalho em gestores: influência de recursos pessoais e do trabalho. Rev. Psicol., Organ. Trab. [online]. 2021, vol.21, n.1 [citado 2022-06-15], pp. 53-62 . Disponível aqui.
VIEIRA Pires, Roseli; Rodrigues Carvelo, Luciene; da Silva, José Humberto. Motivação no trabalho – Estudo sobre o nível de insatisfação dos trabalhadores em uma confecção. Rev. Científica Hermes, núm. 14, julio-diciembre, 2015, pp. 176-200 Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa Brasil, Brasil. Disponível aqui.
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