O Museu Oscar Niemeyer (MON) vai lançar, na próxima quarta-feira (22), um livro histórico da coleção permanente de obras de arte da instituição. O evento será na Livraria da Vila, no Shopping Pátio Batel, a partir das 18h, com um bate-papo com a secretária da Cultura do Estado do Paraná, Luciana Casagrande Pereira, com a diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, e com o curador Marc Pottier, integrante do Núcleo Curatorial do MON. O livro estará disponível na MON Loja, em diversas livrarias de todo o Brasil e no site da Editora BEI, responsável pela publicação.
O livro, em capa dura, tem 400 páginas e conta com textos autorais e centenas de imagens que retratam os destaques deste acervo que quadruplicou de tamanho, chegando atualmente a 14 mil obras. “Registros como este são muito importantes para a memória, não apenas da instituição em si, mas da trajetória do acervo e dos movimentos artísticos que foram incorporados ao longo dos anos no Museu”, afirma a secretária da Cultura, Luciana Casagrande Pereira.
Além das áreas de artes visuais, arquitetura e design, com ênfase em arte paranaense e brasileira, o MON ampliou sua vocação e hoje também se dedica à formação de acervo de arte africana contemporânea, latino-americana e asiática. “A missão do MON é colecionar e expor, proporcionando experiências transformadoras e diálogos entre público e arte. O acervo é a alma do museu e a ampliação e consolidação do mesmo é um dos focos principais de nosso trabalho”, diz a diretora-presidente do MON.
O livro enfoca todas essas áreas, destacando cerca de 500 obras. Também há textos assinados pelos curadores, que selecionaram obras do acervo. São eles: o artista paranaense Fernando Velloso, que traz uma abordagem histórica da formação do acervo do MON; o curador Marc Pottier, que discorre sobre arte contemporânea e o acervo de design; os curadores das coleções asiática e africana, Fausto Godoy e Renato Araújo, respectivamente; e o arquiteto Fabio Domingos Batista, representantes do Núcleo Curatorial do Museu, além de outras personalidades que assinam textos autorais.
O acervo do MON
O acervo do Museu teve início com a junção de três coleções: NovoMuseu, que o primeiro nome do MON, Museu de Arte do Paraná (MAP) e coleção Banestado. No legado da união dessas coleções, destacam-se nomes de importantes artistas como Miguel Bakun, Helena Wong, Alfredo Andersen, Maria Amélia D’Assumpção, Arthur Nisio, Leonor Botteri, João Turin, Poty Lazzarotto, Bruno Giorgio, Sérvulo Esmeraldo e Emanoel Araújo.
Com a produção de artistas do cenário nacional e internacional, o acervo foi se diversificando. A coleção de obras de arte asiática foi doada pelo diplomata Fausto Godoy e colocou o MON em posição de destaque nacional. Disputada por outras instituições do Brasil e por colecionadores do exterior, é composta por aproximadamente 3 mil obras de arte.
Dando continuidade à sua consolidação, o MON iniciou uma negociação para a vinda para o Museu de uma grande coleção de arte africana existente no país. Assim como aconteceu com a primeira grande doação, em 2021, o MON foi mais uma vez escolhido por suas condições técnicas, capacidade de gestão e credibilidade, recebendo cerca de 1,7 mil obras de uma das mais importantes e significativas coleções de objetos de arte africana do século 20, doação da Coleção Ivani e Jorge Yunes (CIJY).
Em março de 2022, o MON concluiu, também, mais um complexo processo de negociações para receber sua maior doação até então: aproximadamente 4,5 mil obras assinadas pelo artista paranaense Poty Lazzarotto (1924–1998). A doação foi feita pelo irmão do artista, João Lazzarotto. São mais de 3 mil desenhos e 366 gravuras, além de tapeçarias, entalhes, serigrafias e esculturas.
Outra maneira de incrementar o acervo foi a criação do projeto Sou Patrono, um movimento pioneiro no apoio e valorização da cultura e da arte no Paraná. Por meio dele, pessoas engajadas e comprometidas com a arte contribuem com a aquisição de obras, a partir de uma seleção realizada pela diretoria executiva e pelos Conselhos do Museu. Como contrapartida, o doador tem benefícios, além de deixar seu nome gravado na história da instituição.
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(Foto: Marcello Kawase)