O destino do senador eleito Sérgio Moro (União Brasil) aponta para o Palácio da Alvorada. Pelo menos é o que sonham seus correligionários, em especial aqueles como Fábio Aguayo, que vestiram no ex-juiz uma faixa presidencial. Em vídeo que circula nas redes sociais, o ex-ministro do governo Bolsonaro aparece abraçando apoiadores com o acessório improvisado. A faixa nas cores verde e amarela traz a inscrição “Senador Paraná Juiz Sergio Moro”.
Era a partir da expectativa de vitória como candidato ao Senado pelo Paraná, de preferência com uma votação expressiva, que o ex-juiz da Lava-Jato traçava planos e contava pavimentar o caminho para voltar a tentar disputar a Presidência da República em 2026. Seus auxiliares mais próximos acreditavam que, eleito, ele pode se firmar como a principal voz oposicionista ao presidente da República – qualquer que for ele -, negociar protagonismo em comissões importantes do Senado, como a de Constituição e Justiça, e se apresentar ao eleitor como um candidato menos inexperiente e politicamente viável na próxima corrida presidencial.
Ainda que apoie o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, o melhor para o ex-juiz é uma vitória de Lula (PT). O ex-presidente pode se tornar o antagonista ideal para Moro, que usará as argumentações da Lava-Jato contra Lula. Se bem aconselhado politicamente, Moro pode se tornar um player de destaque no Congresso. Caso Bolsonaro vença, vai precisar galvanizar o bolsonarismo em torno de seu nome para poder ser o “herdeiro” de Bolsonaro.
Ou seja, Moro tem todos os instrumentos na mão, vai caber a ele traçar o caminho correto.