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Moro estaciona e vai naufragar Podemos no Brasil

06/03/2022

O ex-juiz Sergio Moro estagnou. Não sobe e fica oscilando entre 7% a 8% das intenções de votos. Desde que lançou a sua campanha, em novembro passado, Moro está parado nas pesquisas dentro da margem de erro (já chegou a ter 10% das intenções). Sem ter aliados fortes, sem atrair parceria de grande partido, a sua candidatura está em xeque. E enfraquece o Podemos, que pode sair menor do que entrou nessa eleição.

 

Moro está parado. Não há novidades no candidato, que está preso em discurso pouco atraente, ligado ao passado da Lava Jato e sem abordar a realidade atual. Em seus encontros, os temas são os mesmos: loas a sua atuação contra a corrupção e generalidades sobre economia (com visão bem retrógrada), geração e trabalho, saúde, educação, entre outros temas importantes para a sociedade. Há muito Moro está preso em um bolha, que lhe aplaude, mas não empolga.

 

Nas duas últimas semanas, o único acerto foi o posicionamento contra Arthur do Val, o Mamãe Falei. Moro condenou o comentário machista sobre mulheres ucranianas feito pelo deputado paulista, que é do Podemos. Nesse momento, Moro marcou gol e se posicionou fora da bolha. Foi visto por parte da sociedade que não lhe segue. Foi ouvido e também apanhou. Mas teve seu momento positivo.

 

O ato contra Mamãe Falei não é um movimento comum do pré-candidato. Como todo membro do judiciário, Moro está preso a muitas convicções e pouco aberto aos conselhos. Como diria o ditado, quem não gosta de ouvir, pouco aprende. Há uma dificuldade de quebrar o sentimento do ex-juiz de ser o “dono da verdade”.

 

Para piorar o quadro, o Podemos não tem grande fundo partidário, muito menos para bancar o estilo de vida de Moro, que tem muitos seguranças e assessores.

 

Dentro do Podemos, cresce a sensação que Moro não deve atingir 15% dos votos ainda em março. Não há fato novo, nem mudança estratégica. Desde que entrou na corrida eleitoral permanece longe dos principais adversários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Para piorar, tem a terceira maior rejeição entre os candidatos.

 

Pelo visto, o Podemos entrou numa canoa furada. E a salvação do partido pode ser rifar Moro, lançando-o para deputado federal. Moro se enterra dentro da política e deve levar Deltan Dallagnol consigo. Ambos saíram do judiciário, mas nunca entenderam como funciona o mundo político. E pelo visto, serão castigados nas urnas por causa desse erro.

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