Há um certo personalismo excessivo do ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil) que o impede de acertar a sua articulação política. Um exemplo foi o lançamento, em Belo Horizonte (MG), do Movimento Organizado República e Ordem – ou M.O.R.O. Esse movimento, que busca atrair eleitores que coadunem com os ideias do ex-juiz, busca fortalecer um grupo de apoio em torno de seu nome, como uma agremiação suprapartidária.
O ex-juiz tem tido uma enorme dificuldade de transitar no mundo político. Pouco sabe, mas adota postura típica de alguns magistrados que se julgam donos do saber. Moro exagera na suposta “sapiência” e esquece que o mais bobo dos dirigentes partidários consegue dar nó em pingo de água.
Muito improvável, Moro consiga garantir sua eleição por São Paulo. Na Justiça, há uma indisposição em relação ao ex-juiz, por ter atropelado ritos em suas decisões processuais. O destino é o Paraná. E aqui ele deve se fortalecer. Seu nome ainda é forte, ainda mais em terras paranaenses. Mas ele precisa antes costurar localmente para garantir que pode concorrer. Não há unanimidade em relação ao nome de Moro dentro do União Brasil. Mas há ciência que ele é forte para bagunçar o cenário local.
Moro continua focando em forma equivocada. Manterá uma agenda para dar força ao seu movimento M.O.R.O. Com ele, pretende criar um grupo “para apoiar candidatos que defendam esta pauta nas eleições deste ano”. Também declara ser formado “pela sociedade civil, por brasileiros preocupados com a situação do país e a polarização política, baseado em pautas éticas e republicanas que restaurem a ordem, mediante o cumprimento da lei e o estabelecimento de mecanismos que combatam a corrupção”.
Para imprensa mineira, Moro disse que não vai desistir da eleição de 2022. “A gente não vai ficar fora dessas eleições. A gente vai precisar de gente boa no Congresso, nos governos estaduais e nas assembleias”, disse.
Mas a pergunta que fica é se ele está dando os passos certos.
