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Mundo acelera a caminho do inferno climático

10/11/2022
mundo

A COP 27, cúpula do clima da ONU que é realizada no Egito, serviu de palco para mais um duro alerta do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a respeito das causas e efeitos das mudanças climáticas. “Estamos em uma estrada, no caminho para o inferno climático, com o pé no acelerador”, afirmou ele ao fazer mais um apelo para que os países trabalhem juntos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “Esta é a luta de nossas vidas. E estamos perdendo. As temperaturas globais continuam subindo e o nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível”.

 

Coopere ou pereça

O último relatório sobre o clima produzido pela ONU revela que as promessas feitas pelos governos ao redor do mundo não estão se concretizando e os efeitos da mudança no clima podem ser catastróficos. O documento aponta que, sem uma reversão dos níveis atuais de emissões, o planeta pode chegar ao fim do século com uma temperatura de até 2,5 graus Celsius superior aos níveis pré-industriais. “Coopere ou pereça”, advertiu Guterres, sustentando que “o fracasso em lidar com o clima é um pacto de suicídio coletivo”.

 

Justiça climática

Segundo o chefe da ONU, as nações mais desenvolvidas continuam como as vilãs da história e prejudicando comunidades mais pobres. “Aqueles que menos contribuíram para a crise climática estão colhendo a desordem semeada por outros”, sustentou Guterres. “Perdas e danos não podem mais ser varridos para debaixo do tapete. É um imperativo moral. É uma questão fundamental de solidariedade internacional – e justiça climática”, declarou.

 

Combate ao greenwashing

Uma das preocupações mais sérias no debate sobre descarbonização da economia são as ações anunciadas por empresas que não têm qualquer eficácia para reduzir o aquecimento global. São, em grande parte das vezes, práticas de maquiagem ou “marquetagem”, que receberam o nome de greenwashing . Para medir o verdadeiro engajamento empresarial, a COP27 divulgou um documento que propõe métricas capazes de certificar ações corporativas que ajudem a combater as mudanças climáticas.

 

Critérios claros

O documento é uma espécie de roteiro com padrões e critérios claros que devem ser seguidos. Entre as recomendações do grupo responsável estão termos como transparência radical, integridade, compromisso, credibilidade, respeito à ciência, equidade e justiça. “Neste momento, o planeta não pode permitir atrasos, desculpas ou mais greenwashing”, explicou a ex-ministra do Meio Ambiente do Canadá, Catherine McKenna.

 

Racismo ambiental

O alta da temperatura global tende a causar prejuízos em todo o Planeta, mas terá consequências mais graves em países e populações pobres. Uma amostra disso está no relatório do Instituto Pólis divulgado pela Agência Pública. Em síntese, o estudo Injustiça Socioambiental e Racismo Ambiental aponta que, à medida que desastres ambientais crescem, aumenta o número de pessoas negras e de baixa renda afetadas. A conclusão se baseia em levantamentos feitos em São Paulo, Recife e Belém.

 

Energia da WEG

A multinacional WEG, que tem sede em Jaraguá do Sul (SC), mira o mercado de veículos elétricos para expandir ainda mais os seus negócios. A companhia, que já tem unidades em 13 países e 37 mil colaboradores, desenvolveu os motores do primeiro caminhão elétrico 100% brasileiro, o e-Delivery, da Volkswagen. A companhia catarinense fez um investimento de R$ 660 milhões para ampliar a produção de componentes automotivos para propulsão elétrica, e projeta entrar na briga pela produção de baterias e de eletropostos de reabastecimento.

 

ESG na B3

A segunda edição da pesquisa ESG no Ibovespa, realizada pela consultoria PwC e o Instituto de Auditoria Independente do Brasil (Ibracon), já pode ser acessada. O levantamento avalia como 88 empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) lidam com a agenda que trata de responsabilidades corporativas sobre meio ambiente, questões sociais e governança (ESG). Na questão ambiental, 82% das empresas revelam a quantidade total de emissões de gases de efeito estufa e 57% divulgam metas de redução das emissões. A pesquisa aponta que o número de organizações que aderiram ao Índice de Carbono Eficiente da B3 (ICO/B3) passou de 42% em 2020 para 72% em 2021

 

Adesão aos ODS

A pesquisa também quis saber da adesão das companhias aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e 80% responderam que têm como foco o número 8 – promover empregos dignos e crescimento econômico. Entre 60% e 80% afirmam que buscam ajudar na igualdade de gênero, consumo responsável, redução das desigualdades e combate às mudanças climáticas.

(Foto: Timothy Eberly/Unsplash)

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