O ex-procurador da República, e um dos responsáveis por mostrar ao Brasil os crimes levantados pela Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, divulgou um vídeo reforçando a preocupação com as várias denúncias contra o vice da candidata do PMB à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml.
Com a experiência de investigar grandes esquemas criminosos por 18 anos, Dallagnol classificou o histórico de Jairo Aparecido Ferreira Filho como “muito preocupante”.
“Ele é acusado por três pessoas, inclusive uma idosa, de estelionato, apropriação indevida de dinheiro, e de compor um esquema de pirâmide financeira que ultrapassou R$ 1 milhão. A empresa dele já foi condenada em segunda instância a ressarcir uma pessoa lesada pelos seus negócios”, diz o ex-procurador no vídeo. Dallagnol vai mais além e garante: “os esclarecimentos dele não são nada convincentes”.
“Como colocar numa posição de autoridade sobre a nossa cidade alguém contra quem pesam fortes evidências de que enganou e se apropriou do dinheiro das pessoas ao redor?”, indaga Dallagnol. “As acusações e a condenação em segunda instância são bastante graves”, completa.
Dallagnol destaca que “a situação de Jairo Filho não foi esclarecida pelos maiores interessados”, no caso a candidata Cristina Graeml e seus parceiros. “Não dá para colocar o futuro de Curitiba nas mãos de alguém com ficha assim”, diz ele.
Em entrevista à rádio Band News, nesta quinta-feira (17), Cristina tentou defender seu vice. A candidata chegou a dizer que a denúncia da idosa lesada em R$ 400 mil, que com juros e correção leva a uma indenização de mais de R$ 1 milhão, não passa de uma mera ação de cobrança “estranhamente aberta por essa senhora”, como se a idosa lesada não tivesse direito de buscar o ressarcimento dos prejuízos causados por Jairo Filho.
A postura de Cristina, no entanto, não chega a surpreender. Estranhamente, a candidata do PMB segue a cartilha dos dois pesos, duas medidas. Indagada pelos repórteres da Band News sobre o que achava do seu vice ter sido filiado ao PCdoB, uma flagrante contradição ao discurso radical e de extrema direita de Cristina, ela respondeu: “o passado dele não me interessa”. De fato, quem precisa se interessar, e obviamente se preocupar, é o eleitor de Curitiba que, no dia 27, precisa se responder se deve entregar a Prefeitura de Curitiba a uma candidata que não se interessa pelo passado do seu vice. Um passado, no entanto, obscuro e recheado de denúncias.
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