Recebi o texto abaixo de meu irmão mais velho há quase 5 anos e o compartilhei no meu Blog naquela ocasião.
Como faço sempre, apelei ao Google para identificar a autoria e dar o devido crédito, e a referência mais consistente que encontrei, à época, foi ao livro “Buscai as Coisas do Alto”, escrito pelo Padre Léo (Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, falecido em 2007 e que pertencia à Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus). Hoje, antes de atualizar a publicação, voltei a procurar mais informações, sem sucesso.
A história é realmente inspiradora e merece reflexão:
“Dois rapazes moravam e trabalhavam com os pais na mesma fazenda. Um deles era casado e morava ao lado da casa do pai, já viúvo. Quando o velho morreu, o casado mudou para a casa maior e o solteiro passou a morar na menor. Há muitos anos eles tinham uma imensa plantação de arroz e um celeiro muito grande e combinaram de continuar trabalhando juntos e dividir tudo.
Na primeira safra após o falecimento do pai eles colheram dezenas de sacos de arroz, metade para um e metade para o outro, e o volume foi tão grande que eles atribuíram o resultado a uma benção do falecido. Tiveram assim que construir mais um celeiro e cada um ficou com o seu, ambos abarrotados do precioso cereal.
No final da tarde do primeiro dia, após a divisão ter sido concluída, o irmão solteiro começou a raciocinar e lhe pareceu que aquela divisão não estava certa:
– “Eu sou solteiro e meu irmão é casado, tem mulher e filhos. Ele precisa de mais arroz que eu, pois sou sozinho”.
Esperou a noite cair, se levantou, foi ao celeiro dele, pegou um saco de arroz, escondido, e colocou no celeiro do irmão.
O irmão acordou na manhã seguinte e também se pôs a pensar:
– “Essa divisão não está justa, pois sou casado, tenho minha mulher e meus filhos. Ela já me ajuda e as crianças vão crescer e também poderão trabalhar. Meu irmão, coitado, é sozinho. Se ele não casar, não vai ter ninguém por ele. O certo é ele ganhar uma parte a mais que eu”.
Levantou, foi ao seu depósito, pegou um saco de arroz e assim como o outro tinha feito, o colocou no celeiro do irmão.
E assim foram vivendo: a cada colheita, um levava uma parte a mais para o outro. Só não entendiam como é que sempre ficava a mesma quantidade para cada um.
Uma bela noite, com a mudança de horário de verão, o relógio biológico os confundiu: os dois se levantaram na mesma hora e se encontram no meio do caminho. Um olhou para o outro. Colocaram o arroz no chão, se abraçaram, e choraram. A partir daquele dia, voltaram a trabalhar com um único celeiro”.
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Didático.