“Na relação humana com o meio ambiente não existe futuro individual, nem para pessoas, nem para nações. O nosso futuro é comum. Precisamos compartilhá-lo e desenhá-lo juntos”. A frase foi dita por Olof Palme, que era primeiro-ministro da Suécia quando Estocolmo sediou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em 1972. O encontro acabou de completar 50 anos e todos os desenhos foram feitos. Saiu desta cúpula a ideia de criar o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Faltou a prática
A humanidade produziu informações suficientes sobre o que é necessário ser feito para preservar o planeta. Mas, concretamente, a situação ambiental só piora. Apesar de todos os estudos e diagnósticos, as ações práticas realizadas nas últimas cinco décadas não ajudaram muito. As mudanças climáticas e o efeito estufa estão aí para provar que teoria e prática devem caminhar juntas quando o assunto é sustentabilidade.
E o etanol (1)?
Há um embate diário entre autoridades públicas e a Petrobrás sobre as responsabilidades pela contínua alta do preço dos combustíveis fósseis. Mas pouco se fala do incentivo à produção de etanol. Em 2021, o consumo de etanol hidratado no Brasil caiu de 19,3 bilhões de litros para 16,8 bilhões de litros, uma redução de 12,8% sobre 2020. O abastecimento com gasolina, na outra ponta, atingiu 39,32 bilhões de litros, com alta de 9,8%.
E o etanol (2)?
No ano passado, a produção de etanol (anidro e hidratado) foi de aproximadamente 27 bilhões de litros. A indústria avalia que é possível aumentar o processamento, desde que haja incentivo do Estado para a ampliação das lavouras e uma política de preços que torne o produto mais competitivo. A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única) avalia que as usinas podem moer 100 milhões de toneladas a mais do que atualmente. Para a Embrapa, o Brasil tem condições de produzir 50 bilhões de litros do combustível.
Lavoura mais verde
O Brasil agora é signatário nas Discussões Estruturadas de Comércio e Sustentabilidade Ambiental da Organização Mundial do Comércio (OMC). O fórum debate a eliminação de subsídios agrícolas prejudiciais ao meio ambiente e padrões comuns de sustentabilidade para produtos agrícolas. A adesão obrigará o País a adotar práticas consideradas mais verdes na lavoura.
Empresas e empregos sustentáveis
O ISE B3, índice da bolsa de valores brasileira composto por companhias comprometidas com a sustentabilidade, tem atualmente 46 empresas listadas. São seis a mais do que no final de 2021. Junto com a adesão empresarial ao avanço sustentável também cresce o número de vagas para trabalhar em áreas ESG. O LinkedIn tem cerca de três mil resultados na busca por vagas com a palavra Sustentabilidade.
Salário ESG
Até pouco tempo, a agenda ESG não tinha grande importância no mundo corporativo e no mercado de trabalho. Hoje, temas como economia circular, redução das emissões de carbono, tratamento de resíduos, inclusão e diversidade são pautas frequentes nas organizações. Há espaço para profissionais capacitados nestes assuntos e remunerações chegando aos R$ 20 mil. Cargos de chefia rendem até mais.