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INTERNACIONAL

O mistério da ‘ilha fantasma’ captada pela Nasa no Mar Cáspio

24/01/2025
ilha

estadão

Satélites da Agência Espacial Americana (Nasa) registraram a existência de uma nova ilha no Mar Cáspio em 2023 que simplesmente desapareceu no ano seguinte. Localizada a cerca de 25 quilômetros da costa do Azerbaijão, a ilha está sendo chamada de “fantasma” pela própria agência.

Imagens da Nasa feitas em novembro de 2022 não registram a presença de ilhas na região, nem mesmo a cratera do Vulcão Kumani Bank (ou Chigil-Deniz). O vulcão submerso entrou em erupção no início de 2023, fazendo surgir a ilhota – devidamente registrada por satélite em fevereiro daquele ano, juntamente com uma pluma de sedimentos sob a água resultantes da explosão.

Quase dois anos depois, em dezembro de 2024, a ilha havia praticamente desaparecido. Observações adicionais revelaram que a ilha provavelmente surgiu entre 30 de janeiro e 4 de fevereiro de 2023 e teria, aproximadamente, 400 metros de diâmetro.

Não é a primeira vez que “ilhas fantasmas” surgem no Mar Cáspio, segundo a Nasa. As erupções do Vulcão Kumani Bank costumam provocar o fenômeno. O primeiro registro foi em 1861. Após a explosão, a lama lançada pelo vulcão alcança a superfície da água, formando ilhas.

Com a erosão causada pela água e pelos ventos, a porção de terra volta a ficar submersa, fazendo a ilha desparecer. A erupção mais forte foi registrada em 1950 e resultou no surgimento de uma ilha de 700 metros de diâmetro e 6 metros de altura.

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Imagens de satélite feitas na mesma região do Mar Cáspio em 2022, 2023 e no ano passado revelam o surgimento e o posterior desaparecimento da ilha Foto: Nasa

Os vulcões de lama são formados em áreas com atividade tectônica alta e grandes taxas de sedimentação. Segundo a Nasa, o aumento da pressão subterrânea nesses locais acaba levando uma mistura de fluidos, gases e sedimentos para a superfície.

O Azerbaijão tem uma alta concentração de vulcões de lama; seriam mais de 300, segundo a Nasa, a maioria terrestres. Não por acaso. A região está na zona de convergência entre as placas tectônicas da Arábia e da Eurásia.

“Vulcões de lama são maravilhosos e esquisitos”, afirmou o geólogo Mark Tingay, da Universidade de Adelaide na Austrália, em um seminário da Sociedade Geológica. “Infelizmente, eles são muito pouco estudados e, por isso, pouco compreendidos.”

Os vulcões de lama podem não ser uma exclusividade do planeta Terra. Os cientistas acreditam que esse tipo específico de vulcão possa ocorrer também em Marte.

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(Imagens: Nasa)

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