Logo que Sérgio Moro anunciou a sua ida para o União Brasil, o senador Alvaro Dias (Podemos) deu uma entrevista ao site HojePR, falou ser um político que ouvia a voz do povo, dos parceiros de partido e não tinha ambição política. Na época, saiu dando entrevista que podia ser presidente, governador ou senador. Seria o que o Podemos decidisse e ele humildemente aceitaria.
Hoje, faltando 7 dias para a convenção da sua legenda definir seu futuro político, isolou-se e quer distância da imprensa. Avisou, por sua assessoria, que só falará após dia 5 de agosto, depois da convenção partidária.
Há motivos para o isolamento do senador. Apesar de falar constantemente que é desapegado ao poder, Dias tem lutado demais para criar uma alternativa que lhe permita mais 8 anos de mandato. Não para de disparar telefonemas, visitar líderes políticos na busca de conseguir um espaço e ter chances de disputar a reeleição. Já esteve com o governador Ratinho Junior (PSD), com o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o senador Flavio Bolsonaro (PL). Tentou os caciques nacionais regionais do PSDB, PSD, PSB e até o PT de Roberto Requião.
Sem uma resposta definitiva, Alvaro continua tentando abrir uma porta, enquanto corre contra o relógio. O senador está percebendo que não vai ter espaço com blefes ou puxada de tapetes, como fez com Jaime Lerner, José Richa, Roberto Requião e Beto Richa.
Alvaro está vivendo o minuto final de uma disputa onde tem pouco a dar. Nesses momentos, antes do tudo ou nada, há um espaço para uma saída honrosa. Mas só Alvaro, em seu silêncio sepulcral, poderá decidir.