Estreou no primeiro dia do ano de 2023 a minissérie brasileira Olhar Indiscreto, na Netflix. A produção protagonizada por Débora Nascimento e Emanuelle Araújo é um thriller cheio de suspense e sedução.
A história acompanha Miranda (Débora Nascimento), uma voyeur e hacker que passa os dias observando, pela janela, a rotina de Cléo (Emanuelle Araujo), uma prostituta de luxo moradora do prédio em frente.
Certo dia, a garota de programa bate à porta de Miranda e pede que ela cuide de seu cachorro enquanto faz uma viagem com um cliente especial. Esse é o ponto de partida para o envolvimento da hacker em um perigoso triângulo amoroso, dando vazão a seus desejos sexuais mais íntimos.
Em entrevista ao Estadão, as atrizes e a diretora, Luciana Oliveira, afirmam que o universo do BDSM (sigla que significa “bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo”) é apenas o plano de fundo para um suspense desenvolvido sob uma perspectiva majoritariamente feminina.
“As cenas sexuais são apenas um contexto e elas são construídas de forma mais sensível. Não tem aquele olhar masculino, viciado em pornografia. É um olhar feminino sobre o desejo”, explica a intérprete de Miranda.
Emanuelle reitera: “O desejo é um elemento impulsionador nas nossas vidas. Não definitivamente o ato sexual, mas o desejo por alguém, o desejo por realizar alguma coisa. Então vamos trazendo esse estímulo para o espectador”.
Na trama, uma relação que se inicia distante, apenas através da observação, se transforma e ganha uma reviravolta inesperada, Débora explica que a relação de sua personagem com a de Emanuelle é essencial para a trama e garante que todas as personagens femininas se complementam entre si.
“A Cléo representa tudo que a Miranda queria ser, mas não tinha coragem. Ela foi se conhecendo através do outro. A série começa com uma mulher observando a outra, tendo um interesse por ela ou talvez por sua liberdade. Isso evidencia o quanto as mulheres dessa série estimulam e se inspiram umas nas outras”, diz.
Luciana explica que, diferentemente de outras tramas dirigidas por homens, Olhar Indiscreto não promove a rivalidade entre as protagonistas femininas. Débora comenta que é a partir da relação com a personagem Cléo que o público passa a conhecer melhor a Miranda.
Já Emanuelle enxerga Cléo como uma das mais interessantes de sua carreira e garante que ela é o elemento que simboliza a liberdade na trama. “A prostituição é um universo cheio de estereótipos”, inicia.
“Posso representar essa coisa da liberdade do corpo feminino, ela é uma mulher muito bem resolvida com a sexualidade dela e lida com essa questão e todo tabu sobre BDSM de forma muito natural”, comenta.
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(Foto: Netflix/ Divulgação)
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