Os ônibus do transporte coletivo de Curitiba ganharão adesivos de sinalização nos chamados pontos cegos – áreas onde o motorista, mesmo usando espelho retrovisor, não consegue detectar outros veículos ou pedestres que se aproximam. O projeto, batizado de Blitz Educativa – Ponto Cego, foi lançado pelo prefeito Eduardo Pimentel na abertura das ações do Maio Amarelo 2025, na manhã desta segunda-feira (5) no Parque Barigui.
Acompanhado do presidente da Urbanização de Curitiba, Ogeny Pedro Maia Neto, e do secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Rafael Vianna, o prefeito adesivou o primeiro ônibus, da categoria expresso, que faz a linha Atuba/Pinheirinho. Toda a frota do transporte coletivo de Curitiba, de 1,5 mil ônibus, será sinalizada até o fim do primeiro semestre.
Os pontos cegos são áreas ao redor do ônibus, principalmente nas laterais e na traseira, onde o motorista tem dificuldade em ver devido à angulação do veículo. A distância e a localização dos pontos cegos dependem do modelo e do tamanho do ônibus, mas variam de seis a dez pontos. No caso do expresso, são oito pontos cegos.
“Os adesivos servem para alertar as pessoas, porque quando elas estão perto do ônibus podem entrar em ponto cego. Ou seja, uma área de risco maior, onde o motorista não consegue visualizá-las. Isso acontece dentro do carro e também no transporte coletivo. Queremos ao máximo diminuir o número de acidentes e buscar morte zero no trânsito da cidade”, disse o prefeito.
Além da sinalização dos ônibus, o projeto terá também ações educativas nas próximas semanas. Durante as ações, que serão realizadas em pontos estratégicos da cidade durante o mês de maio, a população será convidada a sentar no banco do motorista de ônibus para conferir como é o campo visual de quem dirige um veículo do transporte coletivo e verificar os pontos cegos.
“Muitas pessoas acreditam que motoristas de ônibus tenham uma visão melhor porque são veículos mais altos e têm espelhos retrovisores grandes. Na verdade, os pontos cegos nos ônibus são muito maiores que os de um automóvel. Agora as pessoas vão tomar conhecimento desses pontos, pois a conscientização é vital no esforço para reduzir acidentes. E o nosso foco é não ter mortes no trânsito de Curitiba”, diz o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Maia Neto.
A diretora da Escola Pública de Trânsito de Curitiba, Melissa Puertas Sampaio, explica que o ponto cego é uma das causas de vários acidentes de trânsito, pois limita a visão do motorista. “O ponto cego impede que o motorista enxergue outros veículos, em especial motocicletas e bicicletas, além de pedestres, que são os mais vulneráveis, por isso a importância de sempre regular os retrovisores. A atenção deve ser redobrada, especialmente nas ultrapassagens, mudanças de faixa e conversões”, afirmou.
“A ideia é que, sabendo onde está o ponto cego, pedestres e veículos saiam do local, se protejam, para que Curitiba tenha um transporte coletivo e um trânsito seguro e sem nenhuma morte”, completou o secretário Rafael Vianna.
Rabeiras
O prefeito também anunciou a criação, até o fim dessa semana, da patrulha do transporte coletivo, que vai atuar principalmente no combate à prática de rabeira no transporte coletivo, com guardas destacados especialmente para essa atividade. “A prática da rabeira é um problema sério e estamos reforçando a fiscalização. No fim de semana do feriado fizemos fiscalizações com a Urbs e a Guarda Municipal, vamos criar a patrulha do transporte coletivo, a Câmara Municipal vota nesta semana um projeto para inibir a prática e os novos ônibus que estamos entregando já vêm com dispositivo para dificultar essa ação”, disse o prefeito.
Os novos veículos incorporados à frota vêm com placa anti-intrusão, que impede, por exemplo, que os ciclistas apoiem o pé na traseira do veículo, dificultando a rabeira.
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