Em um evento que reuniu mais de 5 mil pessoas seria natural ter políticos pedindo voto. Mas isso não acontece quando é a Parada da Diversidade, que reúne a população LGBTIQIA+. Dos candidatos ao governo, apenas a Professora Angela, do PSOL, teve a coragem de ir e conversar, ouvir propostas e ideias. Os principais concorrentes da disputa – o governador Ratinho Junior e o ex-governador Roberto Requião – ficaram distantes. O mesmo aconteceu com os demais nomes dessa eleição.
A questão da diversidade, sexualidade e gênero é vista pelos marqueteiros como um tema espinhoso e que deve ser evitado. Mas será que isto é verdade? Uma pesquisa do DataFolha, publicada na última quarta-feira (30/6), levantou que 90% da população escolar brasileira apoiam as aulas de educação sexual. E 96% entende que é preciso discutir a questão da mulher , dando oportunidades para que elas ascendam na sociedade. O mais relevante é que se pede (97%) que se discuta a diversidade, ou seja, o diferente.
Esses temas estão vivos na sociedade. A sexualidade, o gênero, o amor homoafetivo, o respeito ao diferente, o respeito a mulher. O fato dos políticos darem as costas a população LGBTQIA+ apenas atrasa o inevitável. O mercado já aceito a necessidade de valorizar essa população. Claro que foi motivado pelo dinheiro, mas ajuda a fixar ideias novas.
Hoje a força da bancada evangélica tem mais poder que uma multidão de cidadãos que querem um mundo mais inclusivo. Mas se houver uma virada no cenário nacional, esse tema terá que ser posto na mesa. Ignorar não é a solução. São pessoas que precisam o respeito devido.