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Pela reabertura do Museu do Mate e do Parque Histórico do Mate

20/09/2022

A erva-mate é uma das mais importantes componentes da História, Economia, Cultura e Sociedade do Paraná. Originalmente consumida apenas entre os indígenas, rapidamente se transformou em hábito cotidiano da maior parte da população local, disseminando-se até alcançar quase todo cone sul da América Latina. Inicialmente era obtida sob formas artesanais, mas na época da emancipação política do Paraná (1853) já havia se convertido em um lucrativo ramo de atividade industrial e em nosso mais importante produto de exportação. Para preservar e divulgar a História da erva-mate e da indústria ervateira foi criado o Parque Histórico do Mate e o Museu do Mate no município de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. Embora trate-se de instituição de importância estratégica para a pesquisa e educação patrimonial e ambiental, única do seu tipo, o espaço encontra-se fechado para visitação há mais de uma década, sendo urgente se adotar medidas para sua imediata reabertura.

A origem do Parque Histórico do Mate e do Museu do Mate remonta a 1806 quando da construção do engenho de erva-mate que daria nome ao local. Por volta de 1870 a construção teria assumido suas feições atuais, ao ser instalada uma roda d’água para acionar um moedor de erva. Em 1978 o governo do Estado do Paraná comprou a área, com a finalidade de criar um museu e parque histórico. Em 1985 o Engenho de Mate foi tombado pelo Patrimônio Histórico Estadual. O prédio histórico foi então restaurado e disponibilizados banheiros e churrasqueiras para os visitantes, constituindo-se assim em importante opção de lazer cultural para os moradores da cidade e da região metropolitana de Curitiba.

Em 2011 o local foi fechado para visitação. Entre 2014 e 2021 o Parque e o Museu estiveram sob a administração da prefeitura de Campo Largo que manteve o estado de abandono das instalações e o fechamento do local para visitação. Em agosto de 2021 a gestão foi devolvida ao Governo do Estado do Paraná. Foi então criada uma comissão com membros da Secretaria da Comunicação Social e Cultura, Administração, Previdência, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e Paraná Turismo para realizar e apresentar um estudo de gestão, avaliação e demais procedimentos relacionados ao Parque, Museu Moinho e respectivos bens tombados.

Mais de um ano inteiro se passou desde então e ainda não se tem notícia de qualquer iniciativa no sentido da reabertura do Museu e do Parque. Objetivamente, não se trata de negar a importância do planejamento e da prospecção de cenários futuros, muito menos em se tratando de políticas afetas à educação patrimonial e museal e suas conexões com a indústria do turismo e respectivas cadeias produtivas.

Contudo, a procrastinação indefinida na reabertura do Museu e do Parque estão ameaçando por a perder em definitivo um patrimônio histórico e arqueológico de importância incomparável e de utilidade insubstituível. Para além da inevitável degradação das edificações e equipamentos expostos ao tempo, cresce a cada dia o risco daquela área vir a servir a propósitos estranhos, senão antagônicos, à sua finalidade.

Pela reabertura do Museu do Mate e do Parque Histórico do Mate – pra já.


Dennison de Oliveira é professor de História na UFPR e autor de “Urbanização e Industrialização no Paraná” para baixar clique aqui.

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