Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a FIA Business School revela que 70% das grandes indústrias paulistas ampliaram as exigências de práticas ESG para compras e seleção de fornecedores. Executivos entrevistados dizem, contudo, que apenas 30% da cadeia de suprimentos cumprem os indicadores exigidos. O levantamento expõe que ¾ das corporações de maior porte concordam totalmente (40%) ou parcialmente (35%) com a adoção de indicadores ambientais, sociais e de governança corporativa (ESG) em suas metas estratégicas. Este indicador desce para 28% (totalmente) e 13% (parcialmente), quando se trata de pequenas companhias, e para 41% e 18%, respectivamente, no caso de médias empresas.
ESG e crédito
A pesquisa demonstra ainda que agenda ESG está sob supervisão do alto comando das grandes empresas e seus conselhos de administração. Isso ocorre em 95% dos casos apurados. Este controle cai para 59% nas médias empresas e para 42% nas corporações de menor porte. Com a adoção de práticas e métricas de ESG, 75% das grandes indústrias têm obtido condições mais favoráveis para acessar linhas de crédito. De outro lado, menos da metade das pequenas ou médias empresas industriais informaram ter algum benefício em relação à financiamentos a com base neste fator.
Gestão e ESG
A pesquisa da Fiesp indica que, na média, 46% das empresas ouvidas consideram que seus gestores estão comprometidos com a execução de ações que atendem aos critérios ESG. Para as grandes, o resultado foi de 70%, e para médias e pequenas de 55% e 38%, respectivamente. Apenas 40% das grandes empresas adotam remuneração variável para executivos que cumprem a agenda ESG. Nas pequenas companhias o índice é de 16,3% e nas médias de 20,4%. Somente 24% do total das empresas entrevistadas relatam publicar relatórios sobre os resultados ESG. A pesquisa ouviu 192 corporações.
Prêmio ESG
A revista Exame premiou 46 empresas brasileiras por boas práticas de ESG. A Ambipar, com sede em São Paulo, foi a empresa do ano. A companhia que atua em diversas frentes ambientais e saneamento, com negócios em 16 países, desenvolveu um programa para auxiliar clientes a desenvolver práticas ESG e aproveitar as oportunidades decorrentes de maior acesso ao mercado de capitais, desenvolvimento de produtos e melhoria de processos, com redução de custos. O suporte oferece serviços de complicance, governança, estratégia e comunicação.
Elétrico chinês na ponta
A BYD, uma montadora que tem sede na China, liderou a venda de carros elétricos no primeiro semestre de 2022, ultrapassando a Tesla. A indústria chinesa colocou no mercado global 641 mil veículos entre janeiro e junho, contra 564 mil unidades da companhia americana. A maioria dos modelos da BYD são híbridos plug-in. Suas baterias ser recarregadas na tomada ou pelo gerador que fica no próprio carro e é movido a gasolina.
Incentivo ao biocombustível (1)
Tramita na Câmara dos Deputados a PEC 15/22, que mantém benefícios fiscais para a produção de biocombustíveis por mais 20 anos. A medida já foi aprovada no Senado, na esteira da discussão sobre o alto preço dos combustíveis fósseis no Brasil. A PEC assegura vantagens para quem produz o etanol, biodiesel, diesel verde, bioquerosene e biometano. O texto em avaliação estabelece que haverá uma lei complementar para assegurar aos biocombustíveis alíquotas de tributos mais vantajosas do que as dos combustíveis fósseis.
Incentivo ao biocombustível (2)
De acordo com a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), a indústria brasileira tem capacidade para produzir 13 bilhões de litros de biocombustíveis por ano, mas hoje o processamento está estacionado em 6 bilhões de litros.
Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) defende novos incentivos, já que o setor entrega um produto de alta qualidade, renovável, sustentável e limpo. O Brasil produz biocombustíveis a partir da cana, mamona, soja e milho.
Incentivo ao biocombustível (3)
Dados da Ubrabio, indicam que o setor privado investiu R$ 10 bilhões em plantas de processamento de biocombustíveis, esperando um aumento na porcentagem adicionada ao diesel comum. Segundo a organização, atualmente a mistura de aditivos de fonte natural é inferior a 10% e a indústria entende que deve haver um aumento imediato da proporção.
Etanol de milho
Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), sustenta que para cada tonelada de milho processada é possível extrair 430 litros de etanol, 360 quilos de farelo, além de óleo de milho em menor escala. Para ele, o produto é um exemplo da economia circular aplicada ao campo, pois gera de emprego e renda, impostos e a interiorização de riquezas.
Foto: Christopher Burns/Unsplash
Confira outras colunas do Silvio Lohmann. Clique aqui.