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25/04/2024



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PF faz buscas na casa de Bolsonaro, em operação que prendeu Mauro Cid

 PF faz buscas na casa de Bolsonaro, em operação que prendeu Mauro Cid

A Polícia Federal fez buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro na manhã desta quarta-feira, 3, e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, no bojo de uma operação sobre a inserção de dados falsos de vacinação da covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Outros dois assessores de Bolsonaro também foram presos – Max Guilherme e Sergio Cordeiro.

 

Os outros mandados de prisão atingiram o secretário de Cultura e Turismo de Duque de Caxias (RJ) João Carlos Brecha, o sargento Luís Marcos dos Reis e o advogado Ailton Gonçalves Moraes Barros, que foi candidato a deputado estadual no Rio em 2022. Os investigadores ainda fizeram buscas contra o deputado federal Gutemberg Reis.

 

Durante as diligências na residência do ex-presidente, em Brasília, os investigadores apreenderam o celular de Bolsonaro. Tanto o ex-chefe do Executivo como os aliados foram instados a prestar depoimento à PF sobre o caso.

 

Batizada Venire, a ofensiva cumpriu mais três mandados de prisão preventiva e vasculhou 16 endereços em Brasília e no Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas no bojo do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal.

 

Segundo a PF, as inserções falsas sob suspeita se deram, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, e ‘tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários’.

 

A corporação indica que, com a alteração, foi possível a emissão de certificados de vacinação com seu respectivo uso para burla de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelos Estados Unidos em meio à pandemia.

 

“A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19″, indica a PF.

 

A Controladoria-Geral da União já investigava se houve inserção de dados falsos no cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro nos sistemas do Ministério da Saúde. O órgão chegou a derrubar o sigilo do documento, em razão de ‘interesse público geral e preponderante’, mas as informações só serão divulgadas após o encerramento da apuração sobre inserção de dados falsos.

 

A ofensiva aberta pela PF nesta quarta-feira mira supostos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

 

Segundo a PF, o nome da operação, Venire, tem relação com o ‘princípio Venire contra factum proprium’, principio base do Direito Civil e do Direito Internacional, ‘que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa’. ” Significa ‘vir contra seus próprios atos, ninguém pode comportar-se contra seus próprios atos'”, informou a corporação.

 

Um dos alvos principais da ofensiva, Mauro Cid é um dos aliados mais próximos do ex-presidente. O tenente coronel é alvo de uma série de investigações em tramite no Supremo Tribunal Federal, na maior parte delas, figurando como investigado ao lado de Bolsonaro – como no caso da apuração sobre o caso das joias.

 

Cid é alvo do inquérito das milícias digitais – no bojo do qual foi deflagrada a Venire – desde que ele foi aberto. Antes, o coronel era investigado por atos antidemocráticos – investigação que foi arquivada e originou a apuração sobre ataques a instituições de forma organizada nas redes sociais. Foi nesse inquérito que a PF encontrou diálogos entre o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e o blogueiro Allan dos Santos.

(Estadão Conteúdo)

 

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