Competição de milagres
Um Rabino, um Padre e um Pastor estavam conversando e a certa altura o tema passou a ser a forma como D’us já havia se manifestado em suas vidas, operando pequenos milagres que os fizeram acreditar na providência divina.
O Padre contou que uma vez estava viajando de automóvel e subitamente começou uma forte nevasca, que o assustou e fez com que ficasse totalmente desorientado. Ele então rezou a D’us e aconteceu o milagre: a neve caia em todos os lados, menos na frente do automóvel, o que permitiu que continuasse viajando em segurança.
O Pastor relatou uma história semelhante, de quando estava pescando bem longe da praia e veio uma tormenta tão assustadora que ele temeu que o barco virasse. Ele também rezou e aconteceu o milagre: D’us fez com que a tempestade continuasse atrás e nos dois lados do barco, mas na frente o sol brilhou até que ele chegasse ao porto.
Ouvindo aquilo o Rabino percebeu que havia exagero, mas fez o seu relato:
– “Num sábado pela manhã eu estava indo para a sinagoga, quando vi uma nota de U$ 100 na calçada. Como era o Shabbat, eu não podia pegar o dinheiro, mas por outro lado pensei em como seria bom bom colocar aquele valor na caixa da caridade da Sinagoga. Então eu rezei, e vocês não vão acreditar: atrás de mim era sábado, nos meus lados era sábado, mas na minha frente era sexta feira!”
A pescaria e a multa
Um Israelense estava voltando de pescaria no Mar da Galileia e vinha barbarizando na autoestrada, dirigindo acima da velocidade permitida e ‘costurando’ na pista, ultrapassando os outros carros por ambos os lados. Ele sentia-se seguro porque muitos outros motoristas dirigiam exatamente como ele, até que foi surpreendido pelas luzes de uma viatura da Polícia Rodoviária que vinha atrás.
Em seguida ouviu um ligeiro toque de sirene e entendeu que devia parar no acostamento, o que fez. Assim que parou viu que o Policial também havia estacionado e vinha em sua direção, então desceu e aguardou. Sem falar nada o patrulheiro sacou um bloco, emitiu a multa e lhe entregou, sem nenhuma conversa.
Sentindo-se injustiçado, o motorista estava virando-se para ir embora mas resolveu perguntar:
– “Oficial, eu sei que estava errado, mas todos os outros carros vinham na mesma velocidade e não é justo. Porque todos os outros continuaram e só eu fui multado?”
E o Policial respondeu:
– “Olha, enquanto preenchia a multa observei seu equipamento de pesca no banco de trás. Vejo que o senhor gosta de pescar, não?”
– “Sim” – ele respondeu, confuso.
– “Então, me diga” – falou o Policial, virando-se para ir embora: – “Alguma vez o senhor conseguiu pegar TODOS os peixes?”
Jaiminho e o medo do escuro
Uma tarde o pequeno Jaime Karpelstein estava brincando no quintal de casa, usando a vassoura da mãe como cavalo. Divertiu-se muito até começar a escurecer, quando, já com um pouco de medo, deixou a vassoura na parede no muro dos fundos e entrou.
Mais tarde, quando foi limpar a cozinha, percebendo que a vassoura tinha sumido, ela perguntou ao pequeno, que disse onde ela estava. Ela então pediu para ele ir buscá-la, e foi o bastante para que Jaiminho arregalasse os olhos pelo pavor de ter que fazer aquilo.
Mais que depressa o menino lembrou à mãe que tinha medo do escuro e não queria sair para buscar a vassoura.
Sorrindo, a mãe disse:
– “Não se preocupe, Jaiminho. Não tenha medo, Hashem(∗) está em todo lugar e ele vai proteger você.”
Sem esquecer o receio, ele abriu só um pouquinho a porta dos fundos e disse:
– “Hashem, se você estiver aí fora, por favor, me passe a vassoura.”
(∗) Hashem, em hebraico, significa “O Nome” e é uma forma respeitosa de se referir a D’us no judaísmo, uma vez que seu verdadeiro nome é considerado sagrado demais para ser pronunciado.
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