Na alfândega, em Israel
Moiche Danielson, chegando em Tel Aviv após férias no Brasil, foi parado na Alfândega. O Fiscal, observando que ele trazia uma mala pesada, cheia de sementes, perguntou:
– “O que é isso?”
– “Alpiste para o meu papagaio” – ele disse.
O Agente, examinando mais cuidadosamente, viu que eram sementes de café, torradas, prontas para serem moídas, e falou:
– “Alpiste para o teu papagaio, uma ova! Isso é café!”
E a resposta, de bate-pronto:
– “Se ele não quiser comer, o problema é dele.”
A língua quase morta e o falecido
Alguns anos atrás, uma procissão fúnebre seguia lentamente por uma rua estreita pelo bairro judeu de NY, o Lower East Side. A região, conhecida pela efervescência cultural, ainda hoje abriga a segunda maior população judaica do mundo fora de Israel. O trajeto levou o cortejo fúnebre a passar em frente ao escritório e oficina do último jornal impresso em iídiche (¹) que ainda restava na cidade. Um dos editores, vendo aquilo, gritou para o colega:
-“Ei, Chaim, imprima um a menos!”
(¹) O iídiche é uma língua germânica falada principalmente por comunidades judaicas asquenazes (de origem da Europa Central e Oriental). Ela se desenvolveu a partir do século X, quando judeus da Renânia, na Alemanha, começaram a misturar o dialeto alemão da região com elementos do hebraico e do aramaico, além de influências eslavas e românicas. Essa fusão gerou uma língua distinta, com uma estrutura gramatical próxima do alemão, mas com vocabulário e expressões judaicas próprias.
O segredo da receita de carne da bisavó judia
A pequena Rivka estava vendo sua mãe preparar um assado para o Shabbat. Para começar ela cortou as duas pontas da carne, amarrou-a com barbante, temperou-a e colocou-a na assadeira.
Rivka perguntou porque ela cortou as pontas da carne.
A mãe respondeu, depois de pensar um pouco:
– “Filha, eu lembro desde pequena que a minha mãe, a tua Bobe, (²) fazia assim.”
Bom, a avó veio para o jantar de Shabbat e Rivka perguntou porque ela cortava as pontas da peça de carne antes de assar.
Ela também pensou um pouco e disse:
– “Boa pergunta, querida. Esse era o jeito como a minha mãe fazia.”
A bisavó de Rivka, já muito idosa, morava em uma casa de repouso. Todas elas, a menina, a mãe e a avó costumavam visitar a idosa e, na primeira ida lá, ela perguntou:
– “Bisa, eu já perguntei para minha mãe e para a vovó e elas não sabem dizer porque a gente tem que cortar as pontas da carne antes de fazer o assado para o Shabbat. Porque a senhora também fazia isso?”
A bisavó olhou para elas como se estivesse um pouco irritada com a pergunta e sem nenhum esforço respondeu:
– “Era para caber na forma.”
(²) Bobe, em iídiche, é uma expressão carinhosa para ‘‘avó’’.
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Não sei se você recebeu esta:
Um comerciante judeu, o Samuel Nussenbaum (*), proprietário de uma cerealista, estava descarregando uma carga de feijão sem nota fiscal, que havia adquirido do próprio colono.
Nisso, passou um fiscal da receita Federal e perguntou a ele:
– Venda boa, hein, “seu” Samuel? posso ver a Nota Fiscal?
Samuel então disse:
– Samuel ainda não tirou Nota Fiscal; quer ver quantos fardos de feijão cabem no carroceria do caminhão para então tirar Nota!
O fiscal advertiu-o:
– Não pode, “seu” Samuel! O senhor só pode carregar o caminhão depois que extrair a Nota Fiscal!
– Bom, Sr. Fiscal, Samuel não quer causar nenhum problema com Receita. Pode deixar! Então gritou para os funcionários que estavam na carroceria:
– Podem descarregar tudo e levar pro depósito, pessoal! Orientação do “seu” Fiscal aqui!
(*) Em homenagem a um comerciante muito amigo meu, lá de Petrópolis.