Duas Viúvas no Lar de Idosos
Duas idosas, uma cristã e outra judia, moravam em casas vizinhas. Os maridos faleceram mais ou menos na mesma época e a amizade iniciada décadas antes ficou ainda maior. Com o passar do tempo foi natural que pensassem em ir para uma casa de repouso e então houve a separação, cada uma indo para instituições das respectivas comunidades religiosas. Mesmo assim continuaram se encontrando regularmente e em uma dessas ocasiões a amiga judia, muito feliz, comentou que ela e um senhor que também residia no Lar estavam se dando muito bem:
– “De vez em quando ele vai ao meu quarto e cantamos as velhas canções em ‘iídiche’ (¹) até a hora de dormir”.
E a amiga respondeu:
– “Eu também tenho uma novidade. Assim como você, conheci um senhor que reside lá e as vezes ele vai ao meu quarto antes de dormir, mas como não conhecemos canções em iídiche, fazemos sexo”.
Seguindo os Passos de Sansão
Um jovem judeu que tinha acabado de tirar a carteira de motorista foi perguntar ao pai, que era Rabino, se poderiam conversar sobre o uso do carro da família. O pai o levou para o escritório e disse:
– “Estou muito feliz que você tenha conseguido a permissão para dirigir e acho justo dividir o uso do carro, mas antes vamos fazer um acordo: você melhora um pouco tuas notas, estuda um pouco o ‘Talmud’ (³), corta o cabelo e aí conversaremos sobre isso, combinado?”
Depois de um mês o jovem lembrou o pai sobre o acordo e voltou a perguntar se poderiam então discutir o uso do carro. Eles foram novamente ao escritório do pai, onde ele disse:
– “Filho, estou muito orgulhoso de você. Você melhorou as notas, estudou o Talmud diligentemente, mas não cortou o cabelo.”
Como se já estivesse esperando o questionamento, o rapaz respondeu:
– “Pai, em meus estudos eu aprendi que Sansão, que era amado por D’us e um líder do povo judeu, também tinha cabelos longos. Não posso seguir os passos do grande Sansão?”
E o Rabino respondeu:
– “Claro que você pode seguir os passos de Sansão, porque ele andava a pé por onde quer que fosse.”
Justificando o Casamento
Sam estava muito feliz desfrutando da festa de 80 anos com a família e amigos. Até o Rabino da Comunidade estava lá, e a alegria do aniversariante era tão grande que decidiu anunciar que depois de muitos anos de viuvez iria se casar com Hetty, também viúva, de 50 anos.
Passada a surpresa todos, filhos, netos e amigos, desejaram ‘mazal tov’ (²). Terminadas as felicitações o Rabino o puxou de lado e perguntou:
– “Sam, sem ofensa, tenho que fazer algumas perguntas. Você realmente ama Hetty?”
– “Olha, Rabino” – disse ele – “para falar a verdade, não tenho certeza”.
– “Ela cozinha bem, faz um caldo de galinhas realmente especial?” – foi a segunda pergunta, também respondida de pronto:
– “eu nunca a vi na cozinha”.
Cada vez mais preocupado com o rumo das coisas, o Rabino continuou o questionário:
– “A Etty é rica?” – e Sam respondeu – “não tenho a menor ideia da situação financeira dela, jamais conversamos sobre dinheiro”.
Decidido a esclarecer tudo, o Rabi disse:
– “Sam, você não têm certeza de que ama a Hetty; não sabe nem se ela cozinha e muito menos se ela é rica! Porque você quer casar com ela”?
– “Ela pode dirigir a noite” – foi a resposta triunfante e esclarecedora.
(¹) o iídiche é uma língua germânica falada principalmente por comunidades judaicas asquenazes (de origem da Europa Central e Oriental). Ela se desenvolveu a partir do século X, quando judeus da Renânia, na Alemanha, começaram a misturar o dialeto alemão da região com elementos do hebraico e do aramaico, além de influências eslavas e românicas. Essa fusão gerou uma língua distinta, com uma estrutura gramatical próxima do alemão, mas com vocabulário e expressões judaicas próprias.
(²) o Talmud é uma das obras centrais do judaísmo, um compêndio de ensinamentos rabínicos que interpretam e expandem a Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica).
(³) Mazal Tov em hebraico, ou Mazel Tov em iídiche é uma expressão usada para expressar congratulações para uma ocasião ou evento significante ou festivo.
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