O ladrão e o encontro com o Rei David
Um ladrão invadiu uma casa durante a noite.
Depois de ter pulado a janela, apontou a lanterna ao redor, procurando objetos de valor, quando uma voz no escuro disse:
– “O Rei David sabe que você está aqui”.
Apesar de acostumado com sustos e problemas, o ladrão quase teve uma síncope. Desligou a lanterna e congelou por alguns segundos, tentando identificar de onde tinha vindo a voz.
Ainda preocupado, ligou a lanterna outra vez e iluminou ao redor para ver o que poderia carregar, já preocupado em sair logo dali. Enxergou um aparelho de som, e quando estava começando a desconectar os fios, ouviu a mesma voz:
– ” O Rei David está aqui, observando você”.
Assustado, mais uma vez ele acendeu a lanterna e direcionou a luz para todos os lados, novamente procurando a fonte da voz.
Finalmente, lá no canto da sala, o facho da lanterna parou em um papagaio. Um pouco mais tranquilo, ele perguntou:
– “Você que disse isso?”
E a ave respondeu:
– “Sim” – e continuou – “Só estou tentando te avisar que o Rei David está de olho e vai pegar você!”
Achando graça na conversa e mais relaxado, o ladrão continuou a conversa:
– “Ah, que bom! Então me avise se ele chegar perto. E como é teu nome?”
– “Moiche” – o papagaio disse – “e ele está aqui, pronto para avançar”.
Sem conter o riso, o meliante quis saber:
– “Que tipo de gente coloca o nome de Moiche em um papagaio?”
E o pássaro respondeu:
– “O mesmo tipo de gente que coloca o nome de Rei David em um Rottweiler”.
O jornalista americano e o Muro das Lamentações
Um jornalista americano designado para assumir o escritório de Jerusalém da rede onde trabalhava, logo ao chegar alugou um apartamento com vista para o Muro das Lamentações.
Todos os dias quando olhava para fora via um velho judeu orando com muita devoção. Não importava se o tempo estivesse bom ou ruim, o idoso sempre estava lá.
Achando que a assiduidade do religioso poderia render uma boa matéria, na manhã seguinte, a caminho do escritório, foi até lá.
Após apresentar-se ao velho, perguntou:
– “Vejo que o senhor vem todos os dias ao Muro e reza fervorosamente. Há quanto tempo faz isso e para o que ora?”
O senhor respondeu:
– “Eu venho aqui todos os dias desde que me aposentei, há 25 anos. Pela manhã peço pela paz mundial e pela fraternidade entre os homens. Depois vou para casa, tomo uma xícara de chá, volto e rezo pela erradicação das doenças e da pobreza da terra”.
O jornalista ficou surpreso.
– “Como o senhor se sente vindo aqui todos os dias por 25 anos e rezando por essas coisas?”
O velho respondeu com a voz que demonstrava desânimo:
– “Eu me sinto como se estivesse falando com uma parede”.
Quando a benção é desnecessária
A família Arnovitz estava jantando na sexta-feira à noite na casa da avó Sheilla. Assim que sentaram, o pequeno Ariel começou a comer.
– “Ariel!” – exclamou sua mãe – e continuou – “Você sabe que tem que esperar até fazermos a bênção”.
– “Não, não tenho” – respondeu o menino.
– “Claro que tem” – insistiu a mãe – “sempre fazemos a bênção antes de comer em nossa casa”.
– “Isso é lá em casa” – explicou o pequeno – “mas esta é a casa da vovó e ela sabe cozinhar”.
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1 Comentário
As crônicas do Gerson tem sabor de tâmaras cristalizadas.. Só de olhar, salivamos !!