Membros do PL miram o sigilo telefônico do suplente de Sergio Moro (União-PR), Luiz Felipe Cunha, no processo que movem contra o ex-juiz na Justiça eleitoral do Paraná. Integrantes do partido acreditam que as conversas dos dois podem ajudar a elucidar as suspeitas de caixa 2 e abuso de poder econômico que eles alegam contra Moro na eleição deste ano.
Além do PL, o PT também ingressou com ação contra o ex-juiz. Segundo o Podemos, primeiro partido do ex-juiz, o suplente de Moro recebeu recursos do fundo partidário em nome do senador eleito durante a pré-campanha. O PL alega que os valores não foram declarados.
Moro pode perder o mandato, avalia jornalista
“O mandato de senador de Sergio Moro está em perigo. Na sua prestação de contas de candidato ao Senado ele usou recursos arrecadados para sua postulação natimorta à Presidência da República. Quem entende do assunto calcula que o doutor tem pelo menos 7 chances em 10 de perder o mandato”, escreve o colunista Elio Gaspari, em sua coluna deste domingo (25), na Folha de S. Paulo.
O PL entrou com ação na Justiça para cassar o mandato de Moro, que foi eleito em outubro como senador da República para os próximos oito anos. A intenção do partido é abrir brecha para uma nova eleição no Paraná e, assim, possibilitar uma chance de que Paulo Martins, o candidato do PL ao Senado que ficou em segundo lugar nas eleições, ganhe a vaga.
A ação do PL corre em segredo de Justiça e “pede a investigação de supostas irregularidades em gastos e doações antecipadas da campanha do ex-juiz.” O pedido foi feito há poucos dias ao Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) pelo diretório estadual do partido e contou com a coordenação da cúpula nacional, chefiada por Valdemar Costa Neto.
Candidatura
Vale lembrar, e o jornalista Elio Gaspari preferiu esquecer, é que, no caso de uma nova eleição, o próprio Sergio Moro pode ser candidato.
Livre do TCU
Em meio a tantas notícias ruins, uma é boa para o senador eleito Sergio Moro. O Tribunal de Contas da União (TCU) prepara-se para encerrar uma investigação que, desde 2021, tenta relacionar a atuação do ex-juiz na Operação Lava-Jato com a derrocada de empreiteiras pilhadas no escândalo do petrolão.
A principal de linha de apuração, a de que a consultoria Alvarez & Marsal lucrou indevidamente ao contratar o ex-magistrado e supostamente obter dele informações sensíveis, levou o subprocurador do TCU Lucas Furtado a pedir a indisponibilidade dos bens de Moro.
Sem resultados concretos que sustentem a manutenção do caso em aberto, a tormenta de Moro deve ser agora enterrada pelas mãos do ministro que assumirá daqui em diante o processo: o vice-presidente do TCU Vital do Rego.
Vital herdará a investigação do antigo relator Bruno Dantas, que assumiu há pouco mais de uma semana a Presidência da Corte de Contas, e, segundo interlocutores, deve acabar com a contenda.
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