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Policiais civis e militares entram em confronto em manifestação no Detran

11/04/2022

O que era para ser um protesto acabou virando uma grande confusão. Um grupo de agentes da Polícia Civil entrou em confronto, nesta segunda-feira (11), com a tropa de choque da Polícia Militar durante uma manifestação em frente ao Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), onde o governador Ratinho Junior estava para inaugurar uma “minicidade” para educação infantil sobre trânsito. O projeto recebe o nome de “Detranzinho”.

 

Os policiais civis se manifestou com faixas e gritos de ordem contra os valores de reajustes salariais aprovados pelo governo do estado para as polícias Militar, Civil e Científica. A lei, de autoria do governo e aprovada pela Assembleia Legislativa do estado (Alep), aplicou reajustes com valores diferenciados entre policiais que estão em começo de carreira e agentes que possuem anos de trabalho. Para a categoria, a decisão faz um “achatamento” da tabela salarial e cria diferenças entre as classes policiais.

 

Os policiais civis fecharam a rua em frente ao pátio do Detran-PR. Por volta das 10h, a confusão aconteceu ao redor de um carro de som levado ao local pelo sindicato da categoria dos policiais civis. Segundo os manifestantes, os policiais militares chegaram a usar spray de pimenta em direção aos manifestantes. O batalhão ocupou a rua e bloqueou o trânsito. A confusão envolveu PMs, manifestantes e seguranças que trabalham no evento do governo.

 

“Eles têm o direito de protestar. Existe, infelizmente, uma briga sindical interna, porque tem uma eleição do sindicato dos policiais civis em maio. Mas essa questão sindical a gente não pode entrar porque é uma matéria interna”, disse Ratinho Junior ao deixar o evento.

 

Ainda nesta manhã, o Governo do Paraná informou que “lamenta o protesto que tentou tumultuar uma inauguração restrita a convidados e imprensa no Detran”. “O Governo do Estado entende que todas as manifestações são legítimas, mas não podem impedir atividades rotineiras de outros órgãos públicos ou interromper o trânsito de uma avenida importante da cidade”. O governo informou que vai apurar se houve excessos na ação e tomará as medida cabíveis.

 

A Polícia Militar disse que foi acionada para acompanhar a situação e, “no momento em que os ânimos ficaram mais exaltados, as equipes policiais intervieram, mas utilizaram o mínimo possível de reforço para a dispersão”. Segundo a corporação, “rapidamente a situação foi acalmada e os trabalhos continuaram normalmente”.

 

Leia, abaixo, a íntegra da nota do executivo sobre as reivindicações da categoria:

 

“O Governo do Paraná instituiu uma revisão na tabela de todos os policiais civis no mês passado. Pela nova lei, todas as classes receberam aumento, o que tem desdobramentos inclusive previdenciários, e em algumas há ganho real de R$ 1.000,00.

 

A mesma lei instituiu mudanças significativas no órgão e que estavam represadas há décadas. Um dos aspectos é a regularização da designação de delegados para atuarem em mais de uma unidade policial, com gratificação de 15% sobre o salário. Também foram criadas 72 novas Funções Privativas, o que assegura salário diferenciado para cargos de gestão.

 

Nos últimos anos também foram adquiridos 2,4 mil computadores, 5 mil pistolas Beretta APX Full Size 9mm, kits completos de uniforme (pela primeira vez na história), identidades funcionais, novos sistemas para trabalhar nos procedimentos de Polícia Judiciária e, até o momento, 371 veículos. O Paraná também tirou definitivamente a Polícia Civil da custódia dos presos, encerrando dívida histórica com a categoria.

 

O Estado mantém diálogo aberto com os policiais civis. Os desafios são grandes porque se avolumam há décadas e as contas públicas ainda são duramente impactadas pela pandemia e a crise global dos últimos anos.

 

Toda essa restruturação foi feita com a participação das entidades que representam os policiais e não encerra a discussão, que deve ocorrer dentro dos parâmetros legais. O Governo do Paraná segue apoiando o funcionalismo dentro daquilo que consegue atender e das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal”.

 

Com informações do G1

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