Os alimentos e bebidas no Brasil subiram de preço pelo terceiro mês consecutivo e já alcançaram a marca de 7% em 2024; bem acima dos 4,87%, registrados pelo índice geral de inflação.
Entre os fatores que contribuíram para a alta da comida estão o excesso de chuvas no Sul, a seca na região Nordeste, as queimadas em quase todos os estados, o aumento nos custos de transporte, a recente disparada do dólar e a exportação desses produtos a outros países.
Segundo a prévia do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), a cesta natalina fechará o ano com alta de 9,16%. Em novembro, o preço médio era de R$ 439,30, ante R$ 402,45 no mesmo período de 2023.
Menos grãos eleva custos de produção
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola – realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), relativo ao mês de setembro de 2024 – mostra uma queda de grãos no Norte e Nordeste, como por exemplo na Bahia, que estimam baixas de 6,8% na comparação com a safra de 2023.
“Quatro estados dessas regiões [Pará, Rondônia, Bahia e Tocantins] têm os maiores rebanhos bovinos. E como parte dos grãos serve para ração, houve aumento no custo de produção desses animais”, explica Guilherme Legnani Galan, professor do Departamento de Medicina Veterinária do Centro Universitário Integrado, de Campo Mourão (PR).
A demanda externa aquecida pela carne bovina brasileira e a baixa oferta de boi para o consumo também elevaram os preços. “Para aves, suínos e ovos, a redução da oferta de milho impacta no custo de produção e afeta diretamente a mesa dos consumidores brasileiros”, complementa Galan.
Reflexos da seca
Segundo a professora dos cursos de Gestão do Centro Universitário Integrado, Alexandra Andrade de Almeida Cardoso, a seca afeta a economia de forma ampla.
“A menor oferta de produtos agrícolas eleva a inflação e pressiona o orçamento das famílias. O setor industrial – dependente de matéria-prima agrícola – também sente os reflexos, enquanto a escassez de água compromete a geração de energia hidrelétrica e obriga o uso de alternativas mais caras”, explica.
Ceia mais econômica
Para que o consumidor brasileiro mantenha a tradição de elaborar a ceia natalina com a família e os amigos, evitando ao máximo o aumento dos preços nas comidas, vale seguir algumas dicas:
1) Planeje com antecedência. Evite compras de última hora e as tentações comuns à época. Defina um cardápio simples de fazer com o que já tem em casa e opte por receitas com ingredientes mais baratos.
2) Observe a quantidade de comida. Confirme quantas pessoas vão participar da ceia natalina. Em média, o consumo individual é de 200 gramas de carne, 150 gramas de acompanhamentos e saladas e 60 gramas de doce. Lembre-se de que um quilo de farofa serve até 15 pessoas.
3) Faça um cardápio colaborativo. Nesse modelo, cada família traz um tipo de prato de comida já pronto. Assim, os custos diminuem, os trabalhos são divididos e todos aproveitam a diversidade de sabores na mesa.
4) Sobrou comida? Então distribua entre os convidados. Organize marmitas para consumir nos dias seguintes. Carnes assadas podem ser reaquecidas, sem perder o sabor.
5) Reaproveite e transforme. Se mesmo assim ainda sobrar comida, evite o desperdício. Use a criatividade para transformar os pratos em novas receitas como tortas, risotos, sanduíches, pavê, arroz de forno, aperitivos, entre outras opções.
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