“Nossa, eu não sabia que existiam tantas airfryers no mercado.” Essa frase foi repetida por todos (to-dos) os jurados convidados assim que cada um chegava para o teste. Não à toa. Para conferir a eficiência dos equipamentos, a equipe do Estadão Conteúdo, parceiro do HojePR, conseguiu garimpar modelos de oito marcas diferentes – e há, ainda, outras opções à venda. Portanto, se você está em busca de uma airfryer para chamar de sua, não ouse finalizar a compra sem antes conferir o resultado dessa prova.
As diferenças não aparecem apenas no design das fritadeiras a ar, mas também na potência e no tipo de tecnologia empregada para “fritar sem uma gota (ou quase nada) de óleo” – especificidades que interferem diretamente no resultado das receitas preparadas no eletroportátil. Outros detalhes, como a capacidade do cesto e o preço, claro, também devem ser levados em conta na hora da escolha. Todos esses quesitos – com peso maior para a qualidade da comida preparada – foram levados em conta pelo júri para formar o ranking das melhores airfryers do mercado.
Por falar em júri, ele foi formado pelos chefs Daniela França Pinto, Gustavo Rodrigues, Jorge Gonzalez e Thiago Maeda – que são craques em fritura (por imersão em óleo, no caso) – e pela repórter que preparou essa matéria, Danielle Nagase. Divididos em dois times – o da batata frita e o do frango a passarinho -, os jurados colocaram as airfryers para jogo, seguindo as orientações de tempo e temperatura presentes no manual de cada fritadeira.
Os resultados foram bem diferentes entre si. Enquanto algumas fritadeiras entregaram ótimas batatas em cerca de 15 minutos de preparo, outras escorregaram no processo e ofereceram versões murchas, queimadas ou com características (inclusive o sabor!) de batata requentada.
Já na etapa do frango a passarinho, poucas marcas conseguiram atingir um resultado próximo ao que se espera de um frango frito (com casquinha sequinha e crocante). “Na minha opinião, a maioria entregou boas versões de frango assado, e não frito”, pondera Gustavo. Faz sentido, porque o embora o eletroportátil receba a alcunha de fritadeira elétrica, seu funcionamento é, na verdade, mais parecido com o de um forno de convecção. Seu sistema é composto por uma resistência elétrica e por uma hélice, que juntas criam uma corrente de ar quente para cozinhar os alimentos.
Confira o ranking das melhores airfryers do mercado
1º – Oster
• Modelo: OFRT950
• Potência: 1.300W
• Capacidade: 3,3 l
• Preço: R$ 559,90 (na promoção), em www.oster.com.br
Foi, sem dúvida, a fritadeira a ar que entregou as melhores receitas, com características que, de fato, simulam a de fritura em óleo por imersão: batatas crocantes por fora e macias por dentro e um frango a passarinho suculento, com uma casquinha sem igual. O painel digital facilita a regulagem exata de tempo e temperatura – e ainda permite pausar o funcionamento da máquina a cada abertura da gaveta.
2º – Philips Walita
• Modelo: RI9217
• Potência: 1.425W
• Capacidade: 4,7 l
• Preço: R$ 799, em www.walita.com.br
“A pioneira, a verdadeira, a número um do mundo”, como a própria marca faz questão de destacar, também se saiu muito bem nos testes. Não há o que reclamar das receitas: batatas crocantes e macias, frango suculento e com casquinha crocante. Perdeu pontos pela grade do cesto, que grudou parte da pele do frango. Outro ponto a ser corrigido é o botão que separa o cesto da gaveta, que, por não ter proteção, pode ser apertado sem querer e causar um acidente.
3º – Britânia
• Modelo: BFR15P
• Potência: 1.500W
• Capacidade: 6 l
• Preço: R$ 549,90, em www.britania.com.br
Além do preço convidativo e da capacidade do cesto – a maior entre todas as fritadeiras testadas -, o equipamento da marca conquistou o último lugar do pódio do teste do Paladar pela eficiência e pela qualidades das receitas. Em pouco mais de 15 minutos de preparo, as batatas conquistaram crocância (que de fato lembrava a de fritura por imersão) e em menos de 30 minutos o frango ficou suculento e com casquinha crec-crec.
4º – Mondial
• Modelo: AFN-40-Bi
• Potência: 1.500W
• Capacidade: 4 l
• Preço: R$ 629,91, em www.emondial.com.br
O cesto quadrado (com antiaderente) garante melhor aproveitamento do espaço – ponto para a airfryer da marca, que, no teste das batatas, também se mostrou a mais eficiente: em 15 minutos de preparo, entregou batatas “fritas” muito gostosas. Na etapa do frango a passarinho, porém, o equipamento derrapou no desempenho. Apesar da casquinha crocante, por dentro, os pedaços da ave ficaram bem secos.
5º – Electrolux
• Modelo: EAF11 por Rita Lobo
• Potência: 1.400W
• Capacidade: 3,2 l
• Preço: R$ 449, em loja.electrolux.com.br
O equipamento apresentou desempenho diferente nas duas etapas do teste e, por isso, não atingiu colocação mais alta no ranking. Enquanto as batatas, apesar do belo aspecto dourado, ficaram murchas (após 20 minutos de preparo), o frango a passarinho manteve a suculência interna embalada por uma casquinha de cor uniforme e crocante.
6º – Philco
• Modelo: PFR15PG
• Potência: 1.500W
• Capacidade: 4 l
• Preço: R$ 499,90, em www.philco.com.br
O resultado de ambas as receitas não agradou aos jurados. A batata, além de murcha, “ficou parecendo requentada”, com sabor estranho. Já o frango a passarinho saiu do cesto com alguns pontos queimados – o que trouxe certo amargor. Um manual mais preciso quanto aos modos de preparo (principalmente na relação quantidade de ingrediente x tempo) talvez solucionasse o problema.
7º – Arno
• Modelo: Easy Fry EZFV
• Potência: 1.100W
• Capacidade: 3,2 l
• Preço: R$ 499,99, em www.arno.com.br
A fritadeira a ar não passou pelo crivo dos jurados por conta do resultado das receitas. As batatas, mesmo após 30 minutos de preparo a 180ºC, como indica o manual, permaneciam pálidas e murchas. Já o frango, apesar de suculento e saboroso, pareceu mais uma versão assada do que frita, contrariando as expectativas. Talvez a baixa eficiência se deva à potência do equipamento (1.100W), que é a menor entre todas as airfryers testadas.
8º – Polishop
• Modelo: iChef – AllSpace
• Potência: 1.500W
• Capacidade: 4 l
• Preço: R$ 809,99, em www.polishop.com.br
O baixo desempenho do equipamento no teste, deve-se, principalmente, ao resultado ruim das receitas. As batatas, cujo preparo foi repetido só por desencargo (com tempo de preparo menor), não tiveram um cozimento uniforme nas duas rodadas – enquanto umas saíram com as pontas bastante queimadas, outras permaneceram pálidas e murchas. Já o frango a passarinho, além de queimado, não atingiu a crocância desejada.
Conheça o júri
• Daniela França Pinto
Chef do restaurante Cortés, onde prepara mais de sete toneladas de batatas fritas por mês, é também chef-consultora do francês La Casserole, cujas “batatas fritas maison” brilham na companhia do steak tartare e dos mexilhões ao molho de vinho branco e ervas. Antes do teste, já estava pensando em comprar uma airfryer para uso doméstico e, agora, tem certeza de que vai.
• Danielle Nagase
Repórter do Paladar, teve a ideia de organizar o teste das airfryers quando decidiu comprar o equipamento para a casa nova e ficou perdida diante de tantas marcas, modelos e preços. “Agora tenho conhecimento de causa para investir esse dinheiro sem o risco de me arrepender”, brinca.
• Gustavo Rodrigues
Chef do restaurante Lobozó, de cozinha brasileira, prepara um frango frito de respeito – a porção é servida com maionese de pequi e molho de tamarindo. Veio para o teste de coração aberto, mas constatou que nenhum dos equipamentos testados foi capaz de imitar os resultados da fritura em imersão.
• Jorge Gonzalez
É chef e sócio do Buzina, cuja cozinha expede muitos quilos de batatas fritas por mês. Fininhas, crocantes e levemente apimentadas, elas brilham em apresentação solo, na porção de fritas bravas, e fazem, ainda, participação especial no recheio do hambúrguer que leva o nome da casa (sim, Jorge coloca batata frita no meio do hambúrguer!)
• Thiago Maeda
É chef, dono de bar e entende de fritura como ninguém – Maeda está à frente das cozinhas do Koya 88 e do Bagaceira. Participar do teste o fez refletir sobre como a indústria trabalha para facilitar a vida doméstica, mas, segundo ele, “ainda falta bastante para que as airfryers consigam entregar um resultado igual ao de uma bela fritura”.
Cinco dicas para tirar o melhor proveito de sua airfryer
• Leia o manual: e confira detalhes sobre o seu funcionamento; é possível que ele traga dicas para a receita que você pretende preparar
• Preaqueça o equipamento: com o cesto ainda vazio, ligue a fritadeira por cinco minutos, a 200ºC (ou de acordo com o manual)
• Não encha o cesto: o ar quente precisa ter espaço para circular; se for preciso, divida o preparo em duas ou mais etapas
• Chacoalhe o cesto: ou vire os ingredientes na metade do tempo de preparo; para que os pedaços fritem/cozinhem por igual
• Um tiquinho de óleo vai bem: para cada 300 gramas de batatas palito, acrescente uma colher de sopa de óleo (exceto para versões pré-fritas e congeladas); no frango a passarinho, junte um pouco de azeite aos demais temperos
(Estadão Conteúdo)
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