Se houve uma banda que resistiu aos anos, enquanto durou, foi o Queen. Não este pastiche de hoje, com vocalista saído de reality show. Estou falando da banda com sua eterna formação clássica: Freddie Mercury nos vocais e piano, Brian May nas guitarras, John Deacon no baixo e teclados e Roger Taylor na bateria. Desde 1973, quando lançou seu primeiro álbum, até 1991, quando Freddie faleceu. Em 27 de fevereiro de 1984 lançaram The Works, um álbum espetacular, que os fãs mais antigos reclamaram devido ao uso de samplers e programações.
O álbum começa com um dos maiores sucessos da banda: Radio Ga Ga. Cheia de efeitos, samplers e teclados, é uma canção memorável. A voz de Mercury está espetacular. Tocada exaustivamente nas rádios e nos shows da banda, com a plateia enlouquecida. Seu refrão é inesquecível. “All we hear is Radio Ga Ga, Radio blah blah, Radio what’s new? Someone still loves you”.
Em Tear It Up as guitarras de Brian aparecem rasgando tudo. Pesada e solando a todo vapor. Mesmo assim, as programações estão presentes.
It’s A Hard Life tem a marca da banda. Épica, melancólica, envolvente, meio balada, meio hard rock. Mercury está fabuloso, cantando com um backing vocal extraordinário. A bateria de Taylor manda na canção e as guitarras são poderosas.
Man On The Prowl é um rockabilly. Estilo anos 1960, como Elvis cantava. Tem piano ritmado, bateria simples, com seus descompassos e um coro legal. Aqui você escuta bem o baixo de Deacon. A guitarra de Brian é puro Chuck Berry.
Machines (Or ‘Back To Humans’) tem guitarras pesadas misturadas com efeitos de vocoder, programações e samplers. Após 2 minutos de canção, o rock toma conta. A bateria detona, o baixo cresce e a voz potente de Mercury se mistura com mais efeitos.
I Want To Break Free é o outro grande sucesso do álbum. Apesar de ter alguns efeitos, é uma canção perfeita. Seu ritmo é contagiante, a guitarra é fabulosa, a bateria comanda tudo e o baixo está espetacular. Os vocais de Mercury são executados com a maestria de um dos maiores vocalistas da história do rock.
Keep The Passing Open Windows começa com o falsete maravilhoso de Mercury. Logo o baixo faz a marcação, seguido de um piano bem Elton John, virada de bateria e uma guitarra pesada. A melodia é avassaladora.
Hammer To Fall é pesada, com a guitarra de Brian mandando na canção. A voz de Mercury é suave e firme ao mesmo tempo. Os backing vocals dão mais ritmo à música. O solo de guitarra é estonteante. Seu peso é maravilhoso. É a melhor faixa do álbum.
Is This The World We Created… é uma balada que encerra o álbum. E que balada! Uma das maiores e melhores que já escutei. O violão é dedilhado e a voz de Mercury comanda tudo. Afinada, ritmada, delicada e poderosa. Como só ele sabia fazer. Como só o Queen sabia fazer. Fazer rock’n’roll. O bom e velho rock’n’roll.
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