O governador Ratinho Junior enfrentou em Cornélio Procópio, nessa quinta-feira, 17, um forte protesto de policiais insatisfeitos com o reajuste proposto pelo governo. Diante da nova sede do Centro Estadual de Educação Profissional Professor William Madi (Ceep), Ratinho recebeu insultos e também críticas a reposição de 3%, a qual os manifestantes classificaram como esmola.
O portão da escola foi fechado a cadeado para evitar a entrada dos manifestantes que bloquearam todos os acessos de entrada e saída, obrigando a comitiva do governador a sair por uma porta lateral da escola. Com faixas e palavras de ordem, a turma reclamou que policiais estão morrendo e o governador não está dando o suporte devido.
Ratinho Junior tinha escolhido entregar essa escola para reforçar a sua imagem de um gestor ético e limpo. A obra havia sido iniciada em 2013 e foi paralisada após investigações identificarem irregularidades no pagamento da construtora responsável, o que a incluiu na Operação Quadro Negro. Esta é uma das últimas instituições de ensino entregues que tiveram as obras retomadas e finalizadas pela atual gestão estadual.
No entanto, a cerimônia foi ofuscada pelo protesto dos policiais.
Há quase duas semanas, o governador tem evitado participar de grandes eventos por causa dos protestos dos policiais. Ele deixou de ir ao Show Rural, em Cascavel, fato inédito nesse evento, considerada a maior feira agrícola da América Latina.
A preocupação com os policiais é tamanha que há tempos não há registro de atividades na agenda oficial do governador. E os avisos de pautas são enviados em cima do laço para evitar vazamento. Pelo jeito, não tem surgido efeito a estratégia de blindar o governador. O importante que o problema se equalize antes do período eleitoral, do contrário, vai ficar mais complicada a vida do governador.