A gigante russa de energia Gazprom informou nesta quarta-feira (1), que suspendeu o envio de gás natural para a Europa por meio de um gasoduto que transportou gás soviético e russo através da Ucrânia por quase seis décadas.
A medida foi tomada depois que a Ucrânia disse que não renovaria um acordo que permitia o trânsito de gás russo por seu território. O acordo, assinado em 2019, terminou na quarta-feira.
A decisão de suspender o fluxo de gás através de um oleoduto que havia transportado gás soviético e depois russo para a Europa por quase seis décadas faz parte de uma campanha mais ampla da Ucrânia e de seus aliados ocidentais para minar a capacidade de Moscou de financiar seu esforço de guerra e limitar a capacidade do Kremlin de usar a energia como alavanca na Europa.
“Este é um evento histórico”, disse o ministro de energia da Ucrânia, Herman Galushchenko, em um comunicado. “A Rússia está perdendo mercados, sofrerá perdas financeiras.”
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky jurou no mês passado fechar o oleoduto, apesar das ameaças de retaliação, inclusive da Eslováquia e da Hungria, dois dos países europeus que mais dependem do gás russo.
A Gazprom fez seu anúncio em uma postagem na plataforma Telegram, dizendo que o gás havia parado de fluir às 8 horas da manhã, horário de Moscou, na quarta-feira.
O gasoduto que atravessa a Ucrânia, construído na era soviética para transportar gás siberiano para os mercados europeus, foi o último grande corredor de gás da Rússia para a Europa depois que o gasoduto Nord Stream para a Alemanha foi sabotado em 2022, possivelmente pela Ucrânia, e do fechamento de uma rota através da Bielorrússia para a Polônia.
A Europa reduziu drasticamente seu consumo de gás russo desde que Moscou lançou sua invasão em grande escala da Ucrânia há quase três anos, com os volumes através do gasoduto de trânsito ucraniano caindo para cerca de um quarto do que era antes da guerra.
A Áustria, a Hungria, a Eslováquia e vários países dos Bálcãs ainda dependem do gás russo fornecido pela Ucrânia, mas os especialistas dizem que as instalações de armazenamento de gás e os suprimentos alternativos devem evitar interrupções imediatas na eletricidade e no aquecimento nesses países.
Mais vulnerável é a Moldávia. Em dezembro, ela declarou estado de emergência em meio a temores de que o fim do fornecimento de gás russo por meio da Ucrânia colocaria em risco sua principal fonte de eletricidade, uma usina movida a gás na região separatista de língua russa da Transnístria.
A Transnístria, um pedaço do território moldavo próximo à Ucrânia, declarou-se, com o apoio de Moscou, um microestado independente após o colapso da União Soviética em 1991.
(Foto: divulgação)
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