Acordo vai testar diferentes maneiras de reduzir e eliminar medicamentos, em especial os antibióticos, mas também superbactérias
A Sanepar e o Complexo Pequeno Príncipe – referência nacional no tratamento hospitalar pediátrico – assinaram nesta terça-feira (2) um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para pesquisa dos efluentes hospitalares.
A iniciativa é pioneira no País no que se refere não só ao diagnóstico da situação do efluente, mas no desenvolvimento de soluções. A ideia é desenvolver um sistema capaz de reduzir e até eliminar medicamentos no tratamento de esgoto, com ênfase nos antibióticos e também bactérias resistentes, conhecidas como superbactérias.
O governador em exercício Darci Piana também assinou o documento e enfatizou o benefício da ação para a sociedade. “Sanepar e Pequeno Príncipe são instituições de excelência que, juntas, promoverão um grande avanço para a sociedade. Os dois lados possuem pesquisadores de ponta para desenvolver tecnologia paranaense em prol da saúde pública do Estado”, disse.
Superbactérias
O surgimento de superbactérias é uma questão de saúde pública mundial e passa pelo controle dos efluentes hospitalares. Wilson Bley Lipski, diretor-presidente da Sanepar, falou sobre a preocupação da empresa em aprimorar a qualidade e a eficiência nesta área. “Queremos que o conhecimento técnico seja aplicado em benefício da sociedade. Este será um projeto piloto, mas neste encontro já abrimos a conversa para outras oportunidades”, avaliou.
Sem legislação
Atualmente, não existe legislação específica para o tratamento destes efluentes. O esgoto produzido nos hospitais, composto pela urina e fezes dos pacientes internados, bem como de colaboradores e visitantes, também gera uma grande concentração de medicamentos ingeridos pelos doentes em tratamento e eliminados pelo organismo.
Segundo José Álvaro Carneiro, diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, no Brasil poucas instituições pesquisam efluentes. “Principalmente em relação à busca de soluções, e desenvolvimento e testagem de elementos filtrantes que possam reter micropoluentes, que são a categoria dos antibióticos”, afirmou.
A maneira mais eficaz de eliminar ou reduzir a concentração de medicamentos é a filtragem de todo volume de efluentes gerado nestes locais. A parceria firmada entre Pequeno Príncipe e a Sanepar vai permitir a criação e aplicação de protótipos para a testagem. “Estamos confiantes nos resultados, essas pesquisas geram conhecimento científico, são publicados e ficam à disposição de outras empresas de saneamento do País”, completou Carneiro.
Foto: Gabriel Rosa/AEN
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