Perto de completar um ano de atividade, o HojePR renova seus compromissos de levar ao leitor um jornalismo responsável, independente, crítico sempre que necessário e, acima de tudo, ético.
Ao longo desse primeiro ano, não fugimos e não abrimos mão da coerência em nossa linha editorial. Tampouco nos furtamos ao exercício de fiscalizar aqueles que devem, obrigatoriamente, fazer bom uso dos recursos públicos. Da mesma forma, os políticos, meros agentes detentores de mandatos conferidos pelas urnas e que devem colocar a ética acima dos seus interesses pessoais, tiveram atenta vigilância do HojePR.
Dessa forma, e sob o prisma de que coerência é um ato que muitos praticam apenas quando lhes é conveniente, inauguramos uma nova editoria no HojePR: Olho Vivo, um espaço para analisar fatos, notícias e comportamentos de políticos e agentes públicos, não apenas sob a ótica da crítica aos mal feitos, mas também das boas práticas.
Na estreia, uma análise sobre as várias, e incoerentes – principalmente do ponto de vista ideológico – mudanças de partido do senador Flavio Arns.
Sempre ao lado do poder e das benesses que ele pode trazer. Esse é o caminho que o senador Flavio Arns escolheu para a sua carreira política, sem importar que as escolhas sejam coerentes ou mantenham um mínimo de ideologia política. De tucano a socialista, para Arns a regra parece ser uma só: se hay Poder, conte comigo!
Flavio Arns iniciou sua carreira no PSDB, em 1988, aproveitando a influência que o partido recém fundado começava a exercer na política nacional.
Em 2001, diante de um cenário favorável ao PT, que levou ao primeiro mandato de Lula na Presidência, deixa o partido tucano e transfere-se para o Partido dos Trabalhadores, jogando no lixo qualquer resquício de fidelidade partidária ou ideologia política.
Oito anos depois, deixa de lado o viés populista e esquerdista do PT e, aproveitando a popularidade do então prefeito de Curitiba, Beto Richa, retorna ao PSDB.
Por suas ligações com a Educação, e para abafar um movimento que a App-Sindicato começava a criar contra a candidatura de Richa ao governo do Estado, vê cair no seu colo a indicação para vice na chapa que venceria a eleição de 2010.
Além do cargo de vice-governador, Arns é anunciado, ainda na campanha eleitoral, secretário de Educação. Sua gestão, no entanto, passa longe do que pregavam os contratos de competência adotados pelo governo Richa com todos os secretários.
Na reeleição de Richa, em 2014, Arns cai no ostracismo depois de perder o posto de vice-governador para a então deputada Cida Borghetti e só volta a reaparecer em 2018, quando mais uma vez muda de partido, entrando na Rede Sustentabilidade.
No partido, consegue se eleger senador e, apenas dois anos depois, muda novamente de partido, entrando no Podemos, do ex-senador Alvaro Dias, outro político que, ao longo da carreira, trocou várias vezes de partido.
Sorte
Se falta coerência ao senador a sorte, no entanto, lhe beneficia. As suas duas eleições ao Senado foram conquistadas com uma enorme dose de casualidade. A primeira, em 2001, praticamente desconhecido, vê o mandato cair no seu colo depois que o eleitorado desaprova a campanha de agressões mútuas que os candidatos Paulo Pimentel, que era favorito, e Tony Garcia promovem ao longo da campanha.
Na eleição de 2018, novamente a sorte lhe sorriu. Todas as pesquisas indicavam a vitória de Roberto Requião e Beto Richa. Flavio Arns, assim como Oriovisto Guimarães, eram azarões. Acabaram se elegendo depois que Beto teve problemas com a Justiça e os eleitores de Requião, acreditando em uma vitória tranquila do então emedebista e temendo a eleição do tucano, votaram maciçamente em Arns e Oriovisto.
Em tempo: para não perder o costume e continuar sem qualquer coerência ou ideologia, nesta terça-feira (31), Arns deixou o Podemos e se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), o quinto desde que entrou na política. Vale lembrar que o PSL é o partido do vice-presidente da República Geraldo Alckmin, ou seja, Arns mais uma vez opta pela proximidade ao poder.
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Quanto ao senador Flávio Arns, não fiquei, jamais, surpreso pelo seu oportunismo partidário. Ele pulha de galho em galho, de partido em partido, sempre querendo benesse, conveniências político-eleitorais. E, para completar, é um senador apagado, atuação parlamentar pífia. A matéria mostra, evidencia com fatos, este “nosso representante”.
Na verdade, o senador Flavio Arns nunca disse a que veio. De certa forma foi levado na onda de simpatia que sua tia Zilda Arns com muita justiça ganhou, graças à sua criação, a Pastoral da Criança, e que infelizmente nos deixou, enquanto fazia caridade no Haiti.
Flavio sempre votou de acordo com suas conveniências políticas e não com os anseios da população do Paraná, que o elegeu.
É um cidadão que não deverá retornar à Brasília, após vencido o seu mandato.
Espero que esse seja o ultimo mandato desse cidadão, que um dia até me fez pensar que poderia ser um político votável, apesar de até hj eu nunca ter votado nele. Felizmente nada como um dia após o outro para formarmos uma boa ideia do caráter da criatura. Espero que na próxima eleição os eleitores paranaenses devolvam o Sen. Arnes ao ostracismo que lhe é de direito. Inclusive pelo voto do ontem na eleição para presidência do senado, o que apenas corrobora com o conteúdo, esclarecedor da matéria. Parabéns ao HojePr!