Duas linhas de ônibus de Curitiba já receberam os novos ônibus 100% elétricos da Prefeitura, dando início à eletromobilidade no transporte coletivo da capital. A frota conta com sete veículos – seis nas linhas 010-Interbairros I (horário) e 011-Interbairros I (anti-horário) e um na linha 863-Água Verde.
Os ônibus elétricos são os primeiros da frota de Curitiba com ar-condicionado, para melhor conforto térmico dos passageiros. Têm piso baixo para melhor embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida e ainda contam com entradas USB para recarga de celulares e sistema de anúncio de fechamento das portas.
Os veículos em funcionamento são das marcas BYD e Volvo, e cada um evita, em média, a emissão de 118,7 toneladas de CO2 ao ano na atmosfera, o equivalente ao plantio de 847 árvores por veículo.
Além dos sete elétricos já entregues, a Prefeitura de Curitiba vai comprar mais 54 veículos com recursos de R$ 380 milhões do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal, com previsão para entrar em funcionamento em 2025.
Os veículos, articulados, devem circular nas linhas novo Inter 2 (piso alto) e Interbairros II (piso baixo). Os recursos previstos no PAC vão bancar tanto a compra dos veículos como a infraestrutura de recarga dos ônibus que será necessária para o funcionamento dos veículos elétricos. Também já foi aprovado, na Câmara Municipal de Curitiba, o projeto para a aquisição de 70 ônibus, com investimento de R$ 317 milhões.
Interbairros I
Os seis ônibus da linha Interbairros I são do modelo D9W, da marca BYD, e têm 13,2 metros, com capacidade para 90 passageiros e autonomia de 250 quilômetros. Os veículos estão em operação desde 15 de julho.
As linhas 010-Interbairros I (horário) e 011-Interbairros I (anti-horário) transportam cerca de 2,5 mil passageiros por dia e percorrem 14 bairros, em trajeto de cerca de 20 quilômetros e 75 minutos. Elas passam pelos bairros Centro Cívico, Bom Retiro, Mercês, Bigorrilho, Batel, Água Verde, Rebouças, Parolin, Prado Velho, Jardim Botânico, Alto da XV, Hugo Lange, Alto da Glória e Juvevê.
Água Verde
Com extensão de 13.584 metros (ida e volta) ligando o bairro Água Verde à Praça Tiradentes, a linha 863-Água Verde atende a 900 passageiros em dias úteis. Desde setembro, um ônibus elétrico do modelo Volvo BZL está circulando na linha, com capacidade para 85 passageiros e extensão de 12,6 metros.
Meta de descarbonização
O projeto de descarbonização da frota está alinhado ao PlanClima (Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba) e é considerado referência no país por unir um amplo programa de testes da tecnologia a um novo modelo de concessão, em 2025, que já contemplará a matriz energética não poluente.
“Desde 2018 estamos trabalhando no projeto de introdução de veículos elétricos no transporte coletivo. Agora, a eletromobilidade torna-se real para a população que utiliza o transporte coletivo da cidade. Os usuários terão um meio de deslocamento não poluente, sem ruído e com conforto”, afirmou o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto.
A meta é que, até 2030, 33% da frota de ônibus da capital seja zero emissões, percentual que deve alcançar 100% até 2050.
Sem aumento na tarifa
Mesmo com a implantação de uma nova tecnologia no transporte coletivo, a tarifa não teve aumento. Como a aquisição de veículos elétricos não estava prevista no atual contrato de concessão, foi firmado um aditivo, que estabelece as normas para a aquisição, compra e suprimento de energia.
A operação dos elétricos será computada na tarifa técnica, mas de maneira segregada para acompanhamento mês a mês dos custos de manutenção, depreciação e amortização dos veículos.
“O preço de entrada do veículo elétrico é maior, mas ao longo da vida útil, incluindo os custos de troca de bateria, o veículo movido a energia é mais barato que o movido a combustão”, acrescentou Maia Neto.
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