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Sex Pistols: a verborragia ácida do punk inglês

26/10/2022
pistols

Ano de 1977. A Grã-Bretanha era um barril de pólvora. Crises e greves. Trabalhadores descontentes e o governo sem saber o que fazer. No meio deste turbilhão surge o punk. E um dos seus principais precursores foi o Sex Pistols. Lançado em 28 de outubro de 1977, ‘Never Mind The Bollocks Here’s The Sex Pistols’, é o único álbum de estúdio da banda. Tudo nele era imoral e ofensivo para os padrões britânicos da época. Mas foi álbum de platina nos EUA e no Reino Unido.

 

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Holydays In The Sun inicia o álbum com uma marcha e logo vem a guitarra frenética de Steve Jones e a voz esganiçada de Johnny Rotten, um dos símbolos do punk mundial. Um dos melhores inícios de um álbum. Chutando tudo.

Bodies é punk rock da melhor qualidade. Bateria ensurdecedora, tocada por Paul Cook e baixo vibrante e simples, a cargo do maior ícone punk jamais visto e imitado: Sid Vicious. Uma lenda do rock! “Bodies, I’m not a animal!”. Espetacular.

No Feelings e suas guitarras distorcidas é uma canção espetacular. A voz de Rotten é um deboche só. A bateria está cadenciada e veloz. E o baixo nem é perceptível, pois Sid não sabia tocar direito.

Liar é uma das melhores do álbum. Rotten vocifera uma letra que diz: “You’re in suspension. You’re a liar!”. É uma porrada na sociedade e no governo britânico.

God Save The Queen é o ponto alto do álbum. Uma guitarra pesada e ritmada toma conta da canção. E a letra é para deixar a rainha de cabelo em pé. “No future for you. No future for me. No future, no future for you!”. Revolta maravilhosa.

Problems vem na vertente da baixa autoestima da população na época. “O problema é você”! Guitarra sempre bem tocada e bateria nervosa.

Seventeen reflete o descaso do governo com os jovens. Bateria poderosa e guitarra urrando no último volume. “Eu sou vagabundo, sou tão vagabundo!”. Rápida e voraz.

A melhor do álbum é Anarchy In The U. K., com Rotten soltando a voz com muita fúria e guitarras solando sem parar. Bateria sempre dando conta do recado. Baixo imperceptível, novamente. Para não estragar a canção. “I’m a antichrist, I’m a anarchist, don’t know what I want, but I know how to get it…” .

Submission é mais lenta. Parece um hard rock setentista. Mas a pegada é punk. Puro punk. A guitarra é ritmada. O baixo é razoável e a bateria é nervosa, como sempre.

Pretty Vacant é mais uma que enaltece a vagabundagem e a indiferença revoltante dos jovens ingleses. Começa com uma guitarra melódica, mas a bateria entra e faz seu melhor serviço: dar peso e velocidade à canção. “Nós somos belos vagabundos. E a gente não se importa”!

New York é outra com uma letra conturbada, mas melodia voraz. Guitarra punk, baixo com três acordes e a bateria segurando tudo.

E.M.I. fecha o álbum da melhor maneira: guitarras rápidas, bateria pesada e baixo seguro e eficiente. E fala mal da gravadora EMI desenfreadamente, por terem sido rejeitados por ela.

Um álbum antológico, com canções antológicas, completando quarenta e cinco anos do seu lançamento. Um marco para o punk, até hoje seguido por várias bandas, em vários países.

Em tempo: a história da banda virou até uma série no streaming Star+, chamada Pistol. Mas isso é assunto para a nossa colunista Patrícia Lourenço. O punk sobrevive até hoje graças ao Sex Pistols. Uma dos estilos mais conturbados do rock. Do bom e velho rock’n’roll.

 

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