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26/04/2024



Capital

“Subsídio não é para as empresas de ônibus, é para o usuário”, diz presidente da Urbs

 “Subsídio não é para as empresas de ônibus, é para o usuário”, diz presidente da Urbs

O presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Ogeny Pedro Maia Neto, participou, nesta quarta-feira (2), de uma sessão híbrida da Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Em quase três horas, Maia explicou a razão do aumento da tarifa de ônibus e deu detalhes sobre o subsídio. “O subsídio é do tamanho que a Prefeitura pode arcar, sem comprometer o atendimento de outras áreas, como saúde, educação e defesa”, ressaltou. “E o subsídio não é para as empresas de ônibus, é para o usuário, para que ele possa pagar um valor menor, que onere menos o seu orçamento”, diz.

 

O presidente da Urbs explicou que a chamada tarifa técnica, que representa o custo real por passageiro e é paga pelo município às empresas de ônibus de forma a manter o sistema em operação, subiu 32% desde 2019 e está atualmente em R$ 6,36. A projeção da Urbs é que a tarifa técnica terá variação entre R$ 6,36 e R$ 7,20 até fevereiro do próximo ano. Maia Neto ressaltou, ainda, que a diferença entre a tarifa técnica e a que é desembolsada pelo usuário será paga com o subsídio previsto para o ano, de R$ 157 milhões (R$ 60 milhões do Governo do Estado e R$ 97 milhões da Prefeitura).

 

Segundo ele, a Urbs adotou várias medidas para reduzir custos e frear a alta da tarifa técnica nos últimos meses, como uso de novas tecnologias, adoção de tarifa diferenciada fora do horário de pico em algumas linhas, fechamento de estações-tubo no período noturno e ainda implantação de iluminação de LED no sistema, o que gerou uma economia de R$ 1 milhão por ano.

 

No entanto, nos últimos três anos, o diesel, por exemplo, acumulou alta de 76%, enquanto o biodiesel subiu 131% e os pneus tiveram reajuste de 43%. Além da alta dos insumos, a redução no movimento de passageiros causada pela pandemia é outro fator de forte pressão para o sistema. Atualmente, mesmo com a retomada, o número de passageiros por dia ainda é 70% do registrado antes da pandemia. Mesmo assim, o reajuste, de 22%, ficou em linha com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

 

A tarifa de ônibus subiu para R$ 5,50 nesta terça-feira (1). A convite do presidente da CMC, Tico Kuzma, e do líder do governo, Pier Petruzziello, Maia Neto respondeu a perguntas de 18 dos 38 vereadores da Casa. Trata-se do primeiro reajuste desde 2019.

 

Diferença entre cidades

O presidente da Urbs também respondeu questões sobre diferenças de valores da tarifa de Curitiba em relação à praticada em cidades menores da RMC.

 

“Para uma tarifa de R$ 1,70, como a de Araucária, por exemplo, Curitiba precisaria de um subsídio de R$ 720 milhões”, destaca. É preciso, segundo ele, lembrar que não dá para comparar sistemas de transporte coletivo com portes tão diferentes.

 

A frota de Curitiba é de 1,2 mil ônibus, enquanto em Araucária é de 91 ônibus. “Aqui temos 23 terminais, em Araucária é um único terminal. Além disso, lá 75% do sistema é subsidiado”, afirmou.

 

Considerado o mais integrado do País, o transporte coletivo da capital também alcança muito mais usuários, ao integrar com 15 municípios vizinhos. Por mês ingressam 2,25 milhões de pessoas da RMC no transporte coletivo, completou.

 

Hoje é possível ir da Fazenda Rio Grande a Colombo, passando por Curitiba, pagando uma única passagem. “Estamos falando de uma distância de 42 quilômetros, a um custo de R$ 5,50. Comparando com um custo de rodar de carro, com a gasolina a R$ 6,3 por litro, estamos falando de uma despesa de quase R$ 50”, afirmou.

 

Maia Neto também comentou sobre como a Prefeitura vem se preparando para o fim do atual contrato do transporte coletivo, que se encerra em 2025. “Fizemos muitos aditivos a esse contrato desde 2017, porque entendemos que não é o ideal. Estamos trabalhando para que seja um modelo mais moderno, justo e eficiente, disse.

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