Curitiba tem 38 teatros espalhados pela cidade, segundo levantamento do Instituto Municipal de Turismo, mas a falta de teatros de tamanho médio, os preferidos para a maioria das produções, atrapalha as agendas dos produtores culturais. : faltam teatros de tamanho médio, os preferidos para a maioria das produções.
“Sentimos muita falta de mais teatros com capacidade para 500 a 600 pessoas”, diz Fabíula Passini, diretora do Festival de Curitiba, que a cada ano traz centenas de peças para a cidade. Só na mostra Fringe, cerca de 300 grupos se apresentam ao público local.
O produtor cultural Rodrigo Fowolski, diretor da Ohz Produções, também se ressente dessa lacuna, especialmente com o reaquecimento da agenda cultural depois da pandemia, e vem testando novos espaços. Há poucos dias, ele levou o espetáculo “Circo S/A”, que está prestes a comemorar 20 anos, para uma apresentação única e especial no Teatro Santo Anjo, o mais novo espaço cultural de Curitiba, situado no bairro Mossunguê.
O Teatro Santos Anjo tem 650 lugares e um estacionamento para 400 carros. De acordo com Fowolski, a localização, fora do centro da cidade, contribui para descentralizar o acesso à arte. A dupla de Palhaços Sombrinha e Alípio inaugurou o palco que até então era dedicado apenas às iniciativas do Colégio Santo Anjo. Com 4 unidades e 3 mil alunos, o colégio mantém uma agenda ativa no teatro, mas com espaço para fortalecer a cena teatral da cidade.
A entrada do teatro é independente da escola, e a infraestrutura oferece foyer para recepção do público, um palco com 15 metros de boca de cena, ar-condicionado, cabine de som e luz, luzes na escada central da plateia, telões retráteis no palco, acessibilidade e a segurança de portas anti-incêndio.
Com esse tamanho e estrutura, há apenas mais dois teatros na cidade, o Bom Jesus, dentro do Colégio Bom Jesus, e o Fernanda Montenegro, no Shopping Novo Batel, ambos na região central. “São dois teatros que usamos muito por causa da capacidade de público ideal para nós. Mas temos que trabalhar com antecedência de mais de um ano para garantir datas”, relata o maestro Anderson Nascimento, que dirige os grupos vocais cênicos Gogó à Brasileira e Boca Bendita.
A infraestrutura é sempre um desafio para as mostras culturais, especialmente as de grande porte, como o Festival de Curitiba, que trabalha intensamente para adequar os espetáculos às salas disponíveis e ao que elas oferecem. “Muitos espaços são carentes em relação à técnica, à manutenção e à falta de acessibilidade para o público, que é essencial hoje em dia”, destaca Fabíula Passini.
As limitações locais algumas vezes impedem que certas produções venham para a cidade. Em 2023, a Mostra Lúcia Camargo teve 30 opções de espetáculos e 70 apresentações, reunindo estreias brasileiras e estrangeiras. São produções que se acomodam bem em grandes teatros, como o Guaíra e o Positivo. Já a mostra popular Fringe atraiu mais de 350 espetáculos e 2,1 mil artistas, na maioria dos casos mais adequados a espaços de médio porte.
“Com esse grande número na programação, as companhias e grupos acabam utilizando os teatros pequenos, de até 200 lugares, e principalmente os chamados espaços alternativos, que são bares, restaurantes, espaços públicos, galpões, entre outros. Em certos períodos do ano também percebemos que há uma necessidade maior de espaços para atender a demanda de atrações na cidade”, conclui.
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(Foto: Divulgação)