Foi-se o tempo de cenas que parecem videoclipes, de explosões para todos os lados e de Megan Fox. Acabou, de uma vez por todas, a era de Michael Bay. Transformers: O Despertar das Feras, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (8), é uma proposta totalmente diferente do que a franquia dos robôs gigantes havia apresentado antes: mais coração, mais desenvolvimento de personagens e uma história para vários públicos.
Quem dirige esse novo capítulo da franquia, uma continuação direta de Bumblebee que reinicia o universo anterior, é Steven Caple Jr. (de The Land e Creed 2). O cineasta ainda fica preso em algumas convenções da franquia, como os animais-robôs e aquela necessidade de deixar tudo grandioso – o filme, afinal, volta a falar sobre uma ameaça cósmica contra a Terra.
Mas a história, enquanto isso, é mais pé no chão do que todo o resto da franquia. Na trama, Noah (Anthony Ramos, de Em um Bairro de Nova York e Hamilton) é um rapaz lutando para encontrar um emprego em Nova York quando se depara com Mirage (na voz de Pete Davidson), um carro-robô criativo e desbocado. É aí que ele se depara com o mundo dos Autobots e, ao lado da jovem Elena (Dominique Fishback), tenta salvar o mundo.
Ele se aproxima de Bumblebee quando coloca emoção e desenvolvimento nos robôs – que, antes, eram apenas máquinas de guerra. “Esses personagens diversificados, são dinâmicos. É emocionante”, diz Anthony ao Estadão. “Acho que as pessoas não estão prontas para ver não apenas o desenvolvimento dos personagens humanos, mas também do Optimus Primal, da Air Razor e até mesmo do Scourge, líder dos Terracons”.
Menos fundo verde, mais verdade
De olho nesse desejo de tornar Transformers: O Despertar das Feras mais verdadeiro e menos artificial, se afastando ainda mais do que Michael Bay fazia, Caple Jr. seguiu por um caminho de colocar efeitos apenas no que era essencial – como os robôs, é claro.
“Viajamos pelo mundo para realmente trazer algo aos cinemas que pareça que você não está apenas assistindo a um filme, mas vivenciando-o. Portanto, não filmamos muito em tela verde. Fomos a lugares onde as pessoas pudessem sentir isso de verdade”, diz o diretor.
“Quando fiz Creed 2, a gente tinha mais tela verde. Construímos o ringue no estúdio e filmamos lá mesmo. Neste filme, eu pensei que seria muito trabalho com tela verde. Mas depois, ao fazer minha pesquisa e me aprofundar, percebi que, na verdade, os Transformers sempre vão para locações reais. Não há tanto trabalho com tela verde”.
Filmagem em Machu Picchu
Com isso, grande parte do filme se passa exatamente onde acontece a história: no Peru, na região de Cuzco e do Machu Picchu. Aí vem outro desafio complicado: como filmar uma produção desse calibre em um espaço reduzido, com uma altitude de mais de 2,4 mil metros e sem afetar a circulação dessa pequena cidade?
“Nunca tínhamos filmado lá antes. Significava que nunca tínhamos levado equipamentos para lá. Quando filmamos em Machu Picchu, foi um dos lugares mais bonitos do mundo. Mas, enquanto estávamos lá, pensamos: como levamos os equipamentos? Como filmamos esses robôs de 6 metros se nem sequer podemos ter equipamentos próximos dessas ruínas?”, conta Steven.
Quem gostou do desafio foi Dominique Fishback (de Judas e o Messias Negro). “Eu definitivamente pensei: eu preciso de mais. Eu queria mais ação porque sou naturalmente atlética. Joguei basquete e futebol na escola, então estava procurando por isso. Queria que ela lutasse e fosse forte e se desenvolvesse ao longo do filme”, diz.
“Acho que, de maneira geral, como atriz, estar nas montanhas do Peru, em Machu Picchu e nas selvas foi muito trabalho duro, mas foi gratificante estar nesses lugares bonitos do mundo”.
É a personagem de Dominique, Elena, que mostra de fato como as coisas mudaram na franquia. Enquanto Megan Fox teve um intenso desgaste com Bay e Steven Spielberg, um dos produtores, além de ser extremamente sexualizada na franquia, Dominique teve espaço para criar.
“Desde o início, eu disse ao Steven que sou uma atriz com muitas ideias e disse que tinha observações. Ele disse que eu podia dar minhas observações até de madrugada. E, de fato, dei muitas observações. Duas ou três vezes, pude me sentar com os roteiristas e discutir minhas ideias, e mesmo que nem tudo tenha sido aceito ou que tenhamos filmado algo que foi editado, minha voz foi realmente ouvida”.
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(Foto: Divulgação)
(Estadão Conteúdo)