Na última semana, a Universidade Federal do Paraná divulgou em seu site uma pesquisa que aponta que musicoterapia contribui para redução de efeitos colaterais em tratamentos hospitalares. O estudo foi realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina Interna e Ciências da Saúde da UFPR, e os resultados iniciais foram publicados no artigo “Music Therapy Reduces Nauseas and Pain of Patients Undergoing Autologous Hematopoietic Stem Cells Transplantation”, na revista Clinics of Oncology Journal.
Em Curitiba, participaram da análise os pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas autólogos (TCTH Aut.), que abrange doses de quimioterapia e radioterapia, com alto grau de toxicidade, gerando danos para a qualidade de vida por um longo período após a realização do procedimento.
Durante as sessões, que aconteciam individualmente, três vezes por semana, durante 30 minutos, os pacientes cantavam junto com o musicoterapeuta, com acompanhamento de violão e seguindo o ritmo da música, tocando instrumentos de percussão, como bongo, sinos, chocalho, pandeiro, tamborim e triângulo. Ao final, houve relatos de que, durante a terapia, os pacientes esqueciam que estavam com dor.
Segundo o pesquisador Antonio Dóro, “além da redução de sintomas dos efeitos colaterais do tratamento do transplante, houve o resgate do contato sócio-sonoro-cultural por meio da recriação de canções do meio cultural do paciente, reduzindo a sensação de confinamento social imposta pelo procedimento do transplante e proporcionando relaxamento”.
A musicoterapia ainda não ganhou reconhecimento, por isso não é inserida no meio hospitalar, mas a neurociência também vem contribuindo com pesquisas sobre os efeitos da música no cérebro humano, o que faz com que aos poucos a musicoterapia seja inserida na rotina de hospitais.