A vacinação durante a gestação é uma das medidas mais eficazes para garantir a saúde da mãe e do bebê, prevenindo complicações e doenças potencialmente graves. No entanto, a adesão a esse cuidado fundamental ainda enfrenta desafios. Em 2023, a cobertura vacinal da dTpa, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, foi de aproximadamente 75%, segundo dados da Agência Brasil. A vacina é essencial para proteger o recém-nascido contra a coqueluche, doença altamente contagiosa e potencialmente fatal nos primeiros meses de vida.
Outro dado preocupante envolve a imunização contra a gripe, já que a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) expressou preocupação com as baixas coberturas vacinais, destacando que, no mesmo ano, apenas cerca de 60% dos grupos elegíveis receberam a vacina contra a influenza. “Como gestantes fazem parte do grupo de risco para complicações decorrentes do vírus da gripe, esse índice reforça a necessidade de ampliar a conscientização sobre a importância da vacinação nesse período. A vacinação é uma forma segura e eficaz de proteger tanto a mãe quanto o bebê, reduzindo significativamente os riscos de complicações durante a gestação e nos primeiros meses de vida da criança”, enfatiza a enfermeira especialista em vacinação da Clínica Vacinne, Elisa Lino.
A importância da vacinação durante a gravidez
Durante a gestação, o sistema imunológico da mulher passa por alterações naturais, tornando-a mais vulnerável a infecções. “Algumas doenças, como a coqueluche e a gripe, podem ser especialmente graves para recém-nascidos, que ainda não possuem um sistema imune completamente desenvolvido. A vacinação, além de proteger a mãe, transfere anticorpos ao bebê por meio da placenta, garantindo uma proteção passiva até que ele possa ser imunizado diretamente”, afirma.
Elisa explica que a segurança das vacinas recomendadas para gestantes é amplamente estudada e respaldada por instituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde. “Vale lembrar que as vacinas indicadas nesse período são cuidadosamente selecionadas para garantir a eficácia sem oferecer riscos ao feto. Já aquelas que contêm vírus vivos atenuados, como a tríplice viral e a da varicela, são contraindicadas, pois podem representar um risco para o desenvolvimento do bebê”, reforça Elisa.
Vacinas recomendadas para gestantes
dTpa (difteria, tétano e coqueluche)
Aplicada a partir da 20ª semana de gestação, essa vacina protege contra três doenças graves. A coqueluche, em especial, pode ser fatal para bebês pequenos, e a imunização da mãe ajuda a criar uma barreira de proteção nos primeiros meses de vida.
Influenza (gripe)
A vacina contra a gripe é recomendada para todas as gestantes em qualquer fase da gravidez. Além de proteger a mãe de complicações como pneumonia, reduz o risco de nascimento prematuro associado a infecções gripais.
Hepatite B
Se a gestante não tiver sido previamente vacinada, é recomendada a administração de três doses, prevenindo a transmissão do vírus para o bebê no momento do parto.
COVID-19
A vacinação contra a COVID-19 é segura e altamente recomendada para gestantes, reduzindo o risco de complicações graves decorrentes da infecção pelo coronavírus.
Vacinas contraindicadas durante a gestação
lgumas vacinas, por conterem vírus vivos atenuados, não são recomendadas para gestantes. Entre elas estão:
– Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola):contraindicada devido ao risco teórico de infecção fetal.
– Varicela (catapora): não deve ser administrada durante a gestação, pois pode afetar o desenvolvimento do bebê.
– HPV: apesar de segura em outros públicos, não é recomendada durante a gravidez por falta de estudos suficientes sobre seus efeitos no feto.
Febre amarela: geralmente contraindicada, sendo indicada apenas em casos de alto risco de exposição, mediante avaliação médica.
(Foto: Divulgação)
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