A Copel caminha para vender sua participação de 51% na distribuidora de gás canalizado Compagás, numa transação que deve acontecer ainda no primeiro trimestre, segundo fontes relataram ao Estadão, parceiro do HojePR. A perspectiva é que o negócio seja fechado ainda em fevereiro, logo após o Carnaval.
O ativo vale R$ 2,3 bilhões e tem sido monitorado de perto por grupos do Brasil e do exterior, uma vez que o Paraná é considerado um Estado promissor em termos de crescimento e com capacidade para ampliar a rede de gasodutos. Para a venda, a Copel havia contratado em setembro a XP Investimentos.
Contudo, as negociações caminham para que a Commit, do Grupo Cosan, e a japonesa Mitsui Gás exerçam seu direito de preferência para ficar com a empresa. Cada uma delas tem 24,5% da companhia e, de acordo com pessoas próximas às negociações, têm grande interesse em comprar a participação da Copel.
Concessão vai até 2054
Quem levar a Compagás ficará com um contrato de concessão renovado por 30 anos, ou seja, com vigência até 2054, período no qual a empresa deve investir R$ 2,5 bilhões para expandir a rede de gás canalizado para as 10 grandes regiões do Estado. Atualmente a empresa atua em apenas três: região metropolitana de Curitiba, e regiões de Ponta Grossa e de Londrina, onde atende 53 mil clientes.
Diante desse cenário, o Grupo Infra, que era um dos potenciais compradores não deve oferecer proposta pela distribuidora de gás paranaense. De acordo com fontes do mercado, a empresa está focada na possibilidade de adquirir parte dos ativos que eram da Gaspetro e que a Compass precisará vender para cumprir com acordo feito com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O jornal apurou que a empresa aguarda por uma definição dessa questão até a próxima quarta-feira (24).
A empresa tem um acordo assinado com a Compass para comprar as empresas e aguardava apenas a cisão dos ativos para avançar com a aquisição. A operação foi realizada no final do ano, com a criação da Norgás, e agora há uma indefinição sobre o exercício de preferência nas distribuidoras, que têm os governos estaduais e os japoneses da Mitsui como sócios.
Procurada, a Copel reafirmou a posição de comunicado divulgado ao mercado sobre o tema, em que indicou a intenção de vender a empresa. O grupo, porém, não deu mais detalhes sobre o negócio. Grupo Infra e Compass não quiseram comentar. Mitsui não foi encontrada para comentar.
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