O que estão compartilhando: que drones de civis estão proibidos de sobrevoar as áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul para ocultar cadáveres boiando e omitir mortes.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. É fato que drones de civis estão proibidos de sobrevoar áreas de resgate, mas não há motivo oculto por trás da decisão. A medida, de acordo com o governo do Rio Grande do Sul, foi adotada para garantir a segurança das aeronaves que operam nos salvamentos. Diferentemente do que o vídeo dá a entender, existem muitas imagens aéreas das áreas atingidas publicadas pela imprensa e por equipes que atuam nos resgates. Atualmente, há 149 mortes confirmadas em decorrência da tragédia climática no Sul.
Saiba mais: em um vídeo que circula nas redes sociais, uma mulher reclama sobre a determinação que proíbe drones civis de sobrevoarem áreas atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. De acordo com a responsável pela gravação, a medida teria sido adotada para ocultar corpos boiando e para omitir o número de mortes.
Na verdade, o governo do Estado informou que os drones civis levantados para capturar imagens das áreas atingidas comprometem a segurança de voos das aeronaves que atuam no socorro às vítimas do desastre ambiental. A ação pode expor equipes de resgate e pessoas que aguardam resgate.
“[Pedimos] que as pessoas não subam drones nos municípios afetados, porque isso está prejudicando a questão da segurança de voo das aeronaves que estão prestando socorro”, afirmou a chefe de Comunicação da Defesa Civil do Estado, tenente Sabrina Ribas.
Ao contrário do que a gravação sugere, existem, sim, diversas imagens aéreas que mostram o impacto das regiões alagadas. Esses registros foram publicados pela imprensa, instituições oficiais e por órgãos que atuam nos resgate. Veja abaixo alguns exemplos.
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Uma publicação compartilhada por Comando de Aviação do Exército (@cavex_exercito)
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O vídeo viral reforça os boatos de que existiriam centenas, ou até mesmo milhares, de corpos boiando nas águas das enchentes. Um dos comentários alega que o número de mortes no Estado já passa de 50 mil. O Estadão Verifica mostrou em checagens anteriores que uma foto de um corpo flutuando é antiga e não tem ligação com as chuvas no Sul, e que uma imagem que mostraria centenas de corpos no RS após água baixar é falsa, com características de inteligência artificial (IA).
Vale ressaltar que profissionais da Defesa Civil, dos bombeiros, das forças de segurança pública e das Forças Armadas participam diariamente do resgate e do suporte às vítimas da tragédia ambiental, além de um número expressivo de voluntários. Os locais atingidos são percorridos por barcos, lanchas, botes, jet skis, helicópteros e aviões. Portanto, não há base factual para afirmar que há centenas de corpos sendo escondidos. O último balanço da Defesa Civil, divulgado no início da noite desta terça-feira, 14, registrou 149 mortes e 112 pessoas desaparecidas.
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