Por Jaine Vergopolem
A Black Friday domina o cenário do comércio brasileiro hoje. As empresas do setor de consumo estão prontas para atrair os consumidores ávidos por ofertas tentadoras, oferecendo descontos de até 80%. Com lojas abertas 24 horas e um foco crescente no comércio eletrônico, a estratégia inclui transmissões ao vivo, podcasts e promoções lideradas por influenciadores digitais.
As perspectivas para o e-commerce são extremamente positivas. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico estima que a data movimente um total de R$ 6,92 bilhões em vendas, representando um aumento de 14,3% em relação ao ano anterior. Em 2022, a Black Friday competiu com a Copa do Mundo e enfrentou os desafios da inflação alta e a baixa confiança do consumidor.
De acordo com a Neotrust, uma empresa de análise de dados focada no comércio digital, a expectativa é que a Black Friday de 2023 gere um aumento de 12% no faturamento para as varejistas online em comparação ao ano anterior. Nos primeiros vinte e dois dias de novembro, a consultoria observou um aumento médio de gastos por consumidor de 7,9%, alcançando a média de R$ 495,95. Os eletrodomésticos lideram o número de pedidos, com 916 mil registrados, segundo a consultoria.
O que é a Black Friday?
A Black Friday é conhecida como a ação promocional realizada por comerciantes na quarta sexta-feira de novembro, buscando impulsionar as vendas para o final do ano.
O termo “Black Friday” foi utilizado pela primeira vez por policiais da Filadélfia (EUA) nos anos 50, quando uma multidão de turistas e compradores chegou à cidade no dia seguinte ao feriado de Ação de Graças, buscando aproveitar as promoções do comércio local.
Essa ação promocional tem como referência o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day), tradicional feriado norte-americano celebrado na quarta quinta-feira de novembro. A sexta-feira imediatamente após o feriado tornou-se o momento em que as pessoas saem às ruas para aproveitar os preços atrativos de uma variedade de produtos, incluindo smartphones.
A tradição de liquidação de mercadorias após o Dia de Ação de Graças se consolidou nos EUA durante o século XX. No entanto, a expressão “Black Friday” passou a ser utilizada para descrever essa ação promocional dos comerciantes apenas nas décadas de 1980 e 1990. Atualmente, é uma data consolidada que atrai multidões para as lojas nos EUA.
O êxito da Black Friday nos EUA despertou o interesse de comerciantes de outros países, e a iniciativa foi introduzida em mercados fora dos Estados Unidos, mesmo sem um feriado equivalente ao Dia de Ação de Graças. Esse foi o caso do Brasil, onde a Black Friday foi adotada a partir de 2010.
A Black Friday começou a ganhar destaque no Brasil após 2012 e tornou-se uma das ocasiões de maior faturamento para os comerciantes brasileiros. A prática foi consolidada, com muitos comerciantes oferecendo promoções pontuais no dia específico, enquanto outros estendem as ofertas por todo o mês de novembro. Atualmente, o faturamento gerado pela Black Friday no Brasil é bilionário.
Como saber se o desconto é real?
O início da jornada de compra começa com a pesquisa. Utilizar plataformas facilita a tarefa do consumidor ao monitorar e acompanhar os preços dos produtos oferecidos, como Buscapé, Zoom, Promobit e JáCotei, possibilitando uma avaliação criteriosa dos melhores descontos.
Essas plataformas desempenham funções distintas. O Buscapé, por exemplo, permite acompanhar a flutuação dos preços e selecionar itens com descontos mais expressivos. Já no Zoom, é viável acessar o histórico de preços dos produtos nos últimos meses, fornecendo a percepção se o desconto anunciado é genuíno. O Promobit reúne ofertas de diversas lojas virtuais, enquanto o JáCotei possibilita a comparação entre ofertas de lojas e a análise da variação de preços ao longo do tempo.
Os descontos podem variar conforme o método de pagamento escolhido. É importante verificar se o desconto é aplicado em transações via Pix, compras à vista, pagamentos com cartão ou se há possibilidade de cashback.
Exercitar a paciência é fundamental para uma compra bem-sucedida. Analisar o histórico dos produtos e configurar alertas para ofertas podem ser estratégias úteis na busca por descontos mais atrativos.
Surpreendentemente, o melhor momento para comprar pode ser antes da própria Black Friday. Muitos varejistas começam a disponibilizar ofertas em seus sites a partir da tarde da quinta-feira, e as maiores oportunidades surgem até a meia-noite, especialmente no comércio eletrônico.
Evitar compras por impulso é crucial. Adquirir algo apenas pelo ato de comprar raramente é uma decisão acertada. Gastar um real em algo que não será utilizado acaba sendo um custo elevado.
Os preços subiram antes da Black Friday?
Um estudo conduzido pelo Buscapé revelou um aumento de preços em cinco das sete categorias mais procuradas na semana que antecede a Black Friday. De acordo com o levantamento, o fogão foi o produto que registrou o maior acréscimo entre os dias 12 e 18 de novembro em comparação com a semana anterior, com um aumento de 5,5%, passando de R$ 842 para R$ 891. As lavadoras de roupas também ficaram 3,2% mais caras, subindo de R$ 2.031 para R$ 2.097. Em terceiro lugar na lista de maiores aumentos, o preço do ar-condicionado subiu de R$ 2.228 para R$ 2.262, representando um acréscimo de 1,5%. Além disso, o estudo indicou um aumento de 1,2% nos preços das geladeiras.
Por outro lado, duas categorias apresentaram redução de preços no mesmo período. O valor mediano dos celulares diminuiu 2%, passando de R$ 1.783 para R$ 1.748. Também houve uma queda nos preços das TVs, que saíram de R$ 2.458 para R$ 2.454, representando uma diminuição de 0,2%.
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