Uma das doenças cancerígenas com mais incidência no país, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o câncer de pulmão, sendo o terceiro mais presente nos diagnósticos brasileiros. Todos os anos são registrados mais de 30 mil novos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBCO), mas o que mais preocupa os médicos é o índice de mortalidade da doença, que em 2020 foi responsável por mais de 28 mil mortes no país, tornando-se um dos cânceres mais mortais.
Apesar de estar muito associado ao tabagismo, que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) representam 90% dos casos, o câncer de pulmão também pode estar relacionado ao tabagismo passivo – quando o paciente convive com fumantes – a grande exposição de poluição do ar ou a elementos químicos, histórico pessoal de outras doenças cancerígenas ou crônicas e a disponibilidade genética. Para o médico pneumologista Rafael Klas, que atua no Hospital Santa Cruz/Rede D’Or, o rastreamento da doença deve ser feito para pessoas com mais de 55 anos e que tenham história de tabagismo.
O pneumologista afirma que é importante procurar um especialista quando há sinais de alerta, como dor torácica, principalmente ao respirar, emagrecimento, tosse persistente, escarro com sangue e falta de ar. “A principal forma de prevenção ao câncer ainda é o parar de fumar. Mas também outros fatores, como predisposição genética e estilo de vida sedentário, podem estar relacionados”, destaca o especialista. Também, segundo Klas, é mais comum que a doença se manifeste em pessoas a partir dos 50 anos, o que pode estar relacionado com o tempo de uso do cigarro.
Para o médico, o câncer de pulmão apresentou uma importante evolução no seu tratamento nos últimos anos., sendo individualizados de acordo com as características moleculares e genéticas apresentadas. “Mesmo assim, a taxa de mortalidade continua alta em todo o mundo, o que mostra que a prevenção e o diagnóstico precoce ainda são as melhores soluções. Por isso, alimentação balanceada, atividade física regular e evitar o fumo são as melhores formas de evitar doenças”, afirma.
A nova onda dos cigarros eletrônicos
Nos últimos anos, os médicos passaram a alertar, também, sobre o uso do cigarro eletrônico, principalmente entre os jovens. Sua popularidade se deve em parte, ao fato de ser aceito socialmente sendo consumido em locais onde o cigarro tradicional normalmente seria proibido.
“Os cigarros eletrônicos possuem aromatizantes que inibem o odor tradicional do tabaco o que acaba atraindo os usuários. Estudos mostram que pessoas que fumam cigarro eletrônico têm quatro vezes mais chance de começar a usar o cigarro normal, em um curto espaço de tempo”, destaca o médico.
Inicialmente os cigarros eletrônicos eram vendidos como uma opção menos prejudicial à saúde, mas hoje, pesquisas revelam o contrário. “Estudos mostram que a dependência do cigarro eletrônico, consegue ser ainda mais rápida e intensa que a do cigarro normal, além de possuir outras substâncias que também causam doenças pulmonares”, finaliza Klas.