Tinha certeza que o Rio Belém fluía pelos canais do Passeio Público.
Vim a saber que as águas do Passeio são na verdade de poço artesiano.
O Rio Belém corre a céu aberto desde a nascente no Bairro Cachoeira, que fica bem depois dos bairros São Lourenço e Abranches.
Quando alcança a Avenida Cândido de Abreu (rua do Shopping Muller) deixa de ser visível e a partir daí se esconde em galerias subterrâneas atravessando todo a região central embaixo do concreto da cidade.
“Acho que as águas vêm conversando, quando chegam ali uma fala: vai por aí que eu vou por aqui, a gente se encontra lá na frente” (José Andrade).
E quando o Rio Belém chega na altura do Círculo Militar (no Largo Bittencourt) continua subterrâneo só que se divide em dois canais paralelos:
• Um segue pela Rua Mariano Torres onde o fluxo dos carros é contrário ao curso do rio;
• O outro segue pela Rua Tibagi (rua atrás do Teatro Guaira) e o fluxo dos carros é igual ao curso do rio que corre em baixo.
Os dois canais só vão se encontrar quando chegam próximos à Rodoferroviária, no logradouro que se chama Largo Baden Powell.
E logo à seguir o Rio Belém volta a correr a céu aberto passando pela Vila Torres e seguindo seu leito até a sua foz no bairro Boqueirão, próximo ao Rio Iguaçu.
O Largo Baden Powell fica na Avenida Rua Sete de Setembro quase no cruzamento com a Rua Mariano Torres.
A Avenida Afonso Camargo tem início logo à frente (rua da Rodoviária).
É um local confuso pois ao lado desse Largo passa a canaleta do Bi-Articulado.
O largo faz uma homenagem ao escotismo e os ornamentos remetem às barracas de antigamente, quando as armações eram feitas com bambus.
Outra curiosidade: na década de 1930 o Rio Belém percorria um trecho sinuoso de 17,8 km no centro da cidade. Foram feitas muitas obras de retificação e o Belém passou a ter 7,2 km. A canalização foi feita para dar espaço às construções.
Pena que a beleza do Rio Belém se restringe aos poemas, sendo hoje apontado como o rio mais poluído de Curitiba
(Foto: Avenida Cândido de Abreu)
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