100 anos da Dona Celia
Na manhã de 12 de janeiro de 1925 um choro de bebê anunciou a chegada de Célia de Souza Guetter, nona e última filha do casal Pedro Machado de Souza e Evangelina Nascimento.
A bebê nascera em casa, como era costume – e foi na própria Estação Ferroviária de Paranaguá, prédio que hoje é patrimônio tombado pelo IPHAN.
Mas como assim? Nasceu na Estação?
Logo depois que D Pedro II lançou a pedra fundamental da Ferrovia Paranaguá – Curitiba em 1880, construíram uma estação férrea na cidade.
Porém Paranaguá se tornou muito importante pois era a porta de entrada do Paraná e no ano de 1922 construiram uma nova e linda Estação da Estrada de Ferro em estilo eclético, substituindo a primitiva estação férrea.
E os pais de Dona Célia foram morar nesta nova estação assim que foi inaugurada. Isso porque o pai de Dona Célia era o Agente da Estação de Paranaguá, cargo muito importante e respeitado.
A função do Agente da Estação era zelar pelo bom andamento de tudo o que acontecia na estação de trens, desde a venda de passagens nos guichês, recepcionar as pessoas importantes que chegavam nos navios vindos da capital federal e São Paulo e embarcavam nos trens, fiscalizar o horário das composições, efetuar despachos gerais, telégrafos, conferir bagagens, acomodações dos passageiros de primeira e segunda classe, etc…
Eram infinitas funções todas de muita responsabilidade e a moradia do Agente da Estação e sua família tinha que ser na própria estação para poder estar sempre a postos.
A família constituída pelos pais e 7 irmãos morava no pavimento superior da estação onde havia 3 aposentos. Já o banheiro, cozinha e sala de refeição ficavam na parte térrea. O saguão principal da Estação era também o espaço onde as crianças brincavam.
Após a aposentadoria o pai de Dona Célia mudou com a familia para Curitiba e abriu o Alvear Café , na XV de Novembro número 35 – quase ao lado da Tecelagem Imperial, entre as ruas Ébano Pereira e Dr Muricy. Mais para frente abriu o Café do Estado, no número 381.
A residência da família nessa época ficava bem em frente, no pavimento superior do prédio eclético onde hoje é o Bar Mignon e Bar Triângulo.
Informações cedidas pelo filho – Pedro Guetter
(Fotos: aniversário de 100 anos de D Célia)
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