Pular para o conteúdo
KARIN-CABECA-COLUNA

O Carnaval da Visconde de Sabugoza

06/03/2025

carnaval

O Carnaval estava chegando e as amigas se organizando para os dias de folia.

Já não era mais tão legal passar em clubes como antes.

Os jovens da época queriam estar nas praias, que passaram a respirar Carnaval depois que criaram a Guaratubanda e a Caiobanda. Os blocos aconteciam em dias seguidos, com seus animados trios elétricos.

Permaneci na indecisão nos preparativos e acabei de fora.

Só que me arrependi. Mas daí já era tarde demais.

Fiquei em Curitiba na sexta e sábado assistindo à TV.

Até aí me aguentei mas então a ideia de ficar em casa todos os dias do Carnaval começou a pesar.

No último minuto, chamei uma amiga e a convenci a ir ao Baile do Curitibano.

Só que não queria ser reconhecida no Clube.

Sei lá porquê. Penso que como tínhamos uma turminha “arroz de festa” que estava sempre junto nos eventos do Clube, achei que estar sem elas pareceria que tinha sido excluída.

Então decidi que queria participar da folia sem ser identificada (Olha a cabeça de jerico).

Foi quando lembrei que minha amiga Rita tinha uma fantasia de Visconde de Sabugoza e que cobria tudo. Ela tinha usado em uma apresentação de teatro no Ballet Jean Vardé.

Fui pegar na mãe dela.

Com fantasia debaixo do braço, entrei no espírito do Carnaval.

Só que a fantasia não era nada discreta. Pelo contrário, chamava muito a atenção; e era um forno. Bem quente mesmo!

E ainda tinha um chapéu, ou melhor, uma cartola que fazia eu ficar uns 30 cm mais alta. E já tenho 1,74.

Já no salão, enfrentei as dificuldades: todos faziam brincadeiras, tentavam tirar o chapéu, queriam ver quem era, se era homem ou mulher.

Ninguém entendia como alguém estava ali vestida de Visconde de Sabugoza.

A cabeça e a cartola eram uma coisa só, não tinha como tirar uma peça separada da outra. E os diminutos buracos dos olhos eram a única janela que ligavam meu corpo ao mundo externo.

O salão cheio de bloquinhos e eu nem podia participar com aquela coisa monstrenga. Só fiquei dando voltas na pista. Suando 😥

Ainda se estivesse com uma roupa mais leve por baixo, podia correr no banheiro e arrancar tudo. Mas nada! Era aquilo ou ir embora.

Encarei o salão e o desafio de me aguentar até onde deu!

Não foi o melhor dos carnavais. Mas foi algo inesquecívelmente bizarro…

…queria passar a noite despercebida e acabei virando uma excêntrica atração do baile!

Foto: A foto não tem nada a ver com o baile porque não tenho um registro da ocasião. Só a idade é próxima

Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *