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16/05/2024

Abertura do 11º Olhar de Cinema traz filme político repleto de intimidade

Festival Internacional de Curitiba que acontece até dia 9 de junho movimenta a cidade com mais de cem filmes de 40 países

 

Após dois anos de pandemia, o tradicional Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba acontece em sua 11ª edição, presencial, com todo o calor humano possível. Algo notável na noite de ontem, na abertura do festival realizado no Cine Passeio, um dos espaços onde será transmitidos e debatidos alguns filmes. Com duas sessões lotadas, o diretor artístico do festival e produtor criativo da Grafo Audiovisual, Antônio Gonçalves Júnior, trouxe palavras de emoção pelo retorno presencial do evento. Afinal, Curitiba é uma das cidades referência nacional de audiovisual e é gratificante termos festivais que afloram isso ainda mais. Com convidados que vão desde influenciadores até atriz já consolidada no cenário nacional como Bruna Linzmeyer, a noite contou com falas de abertura das diretoras do filme que foi exibido, a exibição do filme e, posteriormente, coquetel para relacionamento.

 

Vai e Vem de Fernanda Pessoa e Chica Barbosa

O filme de abertura do Festival “Vai e Vem” trouxe ao espectador uma abordagem de comunicação que foge do convencional quando pensamos nas trocas que permeiam as relações humanas à distância, em um momento duro para todos: a pandemia, ou mais precisamente, o início dela. De maneira documental, as diretoras e amigas, Fernanda Pessoa em São Paulo e Chica Barbosa em Los Angeles, trocam cartas fílmicas ao longo de 2020.

 

Com tom intimista, as cineastas trazem os aspectos mais profundos de sua intimidade para a tela. Ainda que, uma imagem jamais será capaz de mostrar quem realmente está ali, o tom sensível e íntimo das mensagens trocadas, nos colocam em um lugar onde pensamos conhecê-las por inteiro. Trata-se de uma obra experimental, cinema independente e feito a poucas mãos. Isso é perceptível ao espectador. Um filme político que insere ou traz a lembrança de momentos importantes de luta vividos no mundo em 2020. Um exemplo é o movimento Vidas Negras Importam assim como a legalização do aborto durante as primeiras 14 semanas de gestação na Argentina.

 

Embora se trate de um filme político, assuntos como representatividade LGBTQ+, imigrantes nos EUA, comunidade mexicana em solo de Trump, feminilidades, sociedade patriarcal, autodescobrimento e mais, são abordados ao longo do filme de 82 minutos. Gera reflexão, gera revolta e, ainda, desperta esperança. De novo, se trata de uma obra experimental que permeia o íntimo. Ainda que não tenha um padrão claro de tipografia, cortes de uma cena para a outra, cores e trilha sonora, isso leva o espectador a entender que o objetivo era esse. Um filme sensível e impactante ao mesmo tempo que abre o 11º Olhar de Cinema gerando reflexão e ditando o tom de “que bom que estamos presencialmente de novo”.

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