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Funcionárias denunciam presidente da Caixa por assédio sexual

29/06/2022

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, está sendo acusado de assediar sexualmente funcionárias do banco. O Ministério Público Federal (MPF) investiga as denúncias e o caso está sob sigilo. As informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles.

Segundo o site, cinco funcionárias da Caixa fizeram a denúncia. Elas afirmam que souberam de outros casos que não teriam sido levados adiante e contam que as vítimas até sofreram retaliações. Todas elas trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa. Elas dizem que se sentiram abusadas por Pedro Guimarães em diferentes ocasiões, sempre durante compromissos de trabalho.

“É comum ele pegar na cintura, pegar no pescoço. Já aconteceu comigo e com várias colegas”, diz uma das mulheres ao portal. “Ele trata as mulheres que estão perto como se fossem dele. Ele já tentou várias vezes avançar o sinal comigo. É uma pessoa que não sabe escutar não. Quando escuta, vira a cara e passa a ignorar. Quando me encontrava, nem me cumprimentava mais”, completa.

Outra funcionária relata que o presidente da Caixa costuma convidar mulheres para usufruir das estruturas dos hoteis onde se hospedavam. “Ele me chamou para ir para sauna com ele. Perguntou: ‘Você gosta de sauna?’. Eu disse: ‘Presidente, eu não gosto’. Se eu tivesse respondido que gosto, ele daria prosseguimento à conversa. De que forma eu falo não? Então, eu tenho que falar que não gosto. É humilhante. Ele constrange”, diz ela. Ela afirma que, na mesma viagem, Guimarães a beliscou.

Segundo o Metrópoles, a mesma funcionária revelou que, em outra viagem, duas funcionárias da equipe foram chamadas para ir à piscina do hotel encontrar Pedro Guimarães. Ao chegar lá, entenderam qual era a ideia. Primeiro, elas se sentiram constrangidas a assistir à performance dele na piscina. “Ele parecia um boto, se exibindo. Era uma espécie de dança do acasalamento”, diz ela. Depois, afirma, uma das mulheres ouviu uma proposta indecente, feita por uma pessoa bem próxima a Guimarães: “E se o presidente quiser transar com você?”.

Outra funcionária disse que Guimarães costumava chamar servidoras ao quarto de hotel. Segundo ela, ao atender os chamados, encontravam Guimarães de samba-canção: “Ele abriu a porta com um short, parecia que estava sem cueca. Não estava decente. A sensação que tinha era que estava sem (cueca). Muito ruim a sensação”, disse ela.

“É hostil”, diz outra funcionária que relata já ter sido chamada à noite para ir ao quarto de hotel em que Guimarães estava para entregar um carregador de celular. Ela afirma que tem crises de pânico quando é escalada para novas viagens. “Tenho pânico de ter que trabalhar com ele. Tenho medo da pessoa. Agora eu tento literalmente me esconder nas agendas”, afirma. “Agora, quando viajo, coloco cadeira na porta do quarto. Fico com medo de alguém bater”.

Ao site Metrópoles, a Caixa disse que “não tem conhecimento das denúncias apresentadas, que adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio e que possui canal de denúncias por meio do qual são apuradas quaisquer supostas irregularidades atribuídas à conduta de qualquer empregado, independente da função hierárquica, que garante o anonimato, o sigilo e o correto processamento das denúncias”.

Leia a reportagem exclusiva do site Metrópoles aqui.

 

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