Uma das grandes mulheres do rock. Uma das maiores. Janis Joplin. Viveu intensamente. Sua voz rouca encantou o mundo do rock. Lançado em fevereiro de 1971, quatro meses depois da sua morte, Pearl é considerado o melhor álbum da cantora. Uma mistura arrebatadora de rock, blues e country. A Full Tilt Boogie Band, banda que acompanhava Janis, tinha músicos fabulosos, que deixaram o álbum perfeito.
Move Over inicia com uma batida rock da bateria e a voz espetacular de Janis. Seu timbre é inconfundível. A guitarra acompanha sua voz e os teclados dão um ar de progressividade pesada. O solo rasgado de guitarra no meio da canção é sensacional.
Cry Baby é um blues. Um verdadeiro blues. A tristeza impera na melodia e na letra da canção. A mais pura aula de interpretação de Janis. A voz suave se transforma quando canta o refrão. Grita o amor. Grita a paixão. Grita a angústia. Grita. E Janis podia gritar. Era lindo.
A Woman Left Lonely começa com um piano e a voz sussurrada de Janis. E vai aumentando o tom. E o andamento da canção também. É maravilhoso o que a banda faz. Todo o apoio que ela precisa para interpretar esta canção.
Half Moon é rock. O baixo entra dando o tom da canção. A guitarra é funkeada, acredite. Novamente a banda segura tudo para que Janis estraçalhe tudo. Sua voz cresce a cada estrofe. O solo de guitarra é curto, mas devastador.
Buried Alive In The Blues continua na levada rock. Toda instrumental, sem a voz da cantora, com teclados se destacando e a guitarra solando desde o começo, esta canção é maravilhosa. Muda o seu andamento e a canção continua maravilhosa. Um show da Full Tilt Boogie Band.
My Baby é puro blues eletrificado. Janis entra com toda a sua potência vocal, mostrando que sabe cantar bem esse tipo de canção. A guitarra é espetacular, com um solo pesado e linear.
Me And Bobby McGee é country-folk. Escrita por Kris Kristofferson e Fred Foster, Janis foi a sua melhor intérprete. A letra conta uma belíssima história. E o “lá lá lá” é inconfundível. A canção termina com uma explosão de instrumentos e a voz rasgada de Janis. A melhor faixa do álbum.
Mercedes Benz é cantada à capela. Só a voz de Janis. Pedindo a Deus presentes inalcançáveis. É surpreendente a sua voz sem acompanhamento. E essa voz precisava?
Trust Me é outro blues eletrificado, que mostra a banda e a cantora numa perfeita sintonia. Guitarras e violões dão o andamento da canção, para que Janis solte sua voz com maestria. Sem gritos e nem sussurros.
Get It While You Can encerra o álbum. Outro blues. Outro maravilhoso blues, especialidade de Janis. Um final apoteótico. Um grand finale. Digno de uma das maiores expressões da cultura rockeira dos anos 60. De uma das maiores de todos os tempos. A inigualável Janis Joplin, que nos deixou muito cedo. Mas deixou o seu legado. O legado da boa música. Do bom e velho rock’n’roll.