A imagem nos faz voltar à bela simplicidade de nossos antepassados.
Mês de julho na década de 1930. Vento Sul soprando nas pedras de Matinhos.
Era a época que os veranistas podiam aproveitar o litoral do Paraná sem correr o risco de adquirir a malária ou “maleita”.
Aliás, o termo “veranistas” não está bem colocado porque os curitibanos que desciam para o litoral tirar férias, o faziam no inverno.
Era uma grande dificuldade chegar até o mar mas depois valia muito a pena. E eram nas coisas simples que as pessoas encontravam a diversão!
Curioso é ver que naquela época, mesmo que as mulheres fossem encarregadas dos trabalhos domésticos e das funções de esposa e mãe, também podiam ser excelentes pescadoras.
Aqui Bertha Blitzkow Nickel foi flagrada puxando um belo peixe! Olha só o tamanho e me parece um robalo!
E o fez com muita classe!
Destaque também para a elegância do vestuário em uma pescaria de beira de praia: saia xadrez, meias de seda, sobretudo de lã com gola de pele, chapéu e calçados fechados.
Com o tempo, o mar cobriu parte das pedras de Matinhos mas o mesmo tempo não conseguiu encobrir e apagar as lembranças de pessoas que por alguns doces momentos estiveram presentes em nossas vidas.
As memórias se tornam embaralhadas e com lacunas, mas alguns instantes ficam nítidos e claros.
Ainda sinto na boca o gosto do bolo de castanhas portuguesas, do cuque de uva e de outras delícias que a Ômama (ou D. Bertha Nickel) servia no café da tarde – em sua casa bem em frente à Praça Santos Andrade.
Vista aérea da Praça Santos Andrade em 1938, durante festejos de comemoração do Dia da Pátria. Em destaque, casa de Bertha Blitzkow Nickel e Guilherme Nickel Neto (foto: João Batista Griffins)
Leia outras colunas da Karin Romanó aqui.
Gosto muito de ver a cidade onde vivo desde 1981 e aqui estou com minha família até hoje, somos de família de pescadores , família Giacomoni
Moro em Matinhos a 19 anos e ouvi muitas histórias, algumas como a formação ou reforma da praia mansa devido às erosões e os ferros em frente à ilha do farol que eram bases de canções para proteger a baia e muitas outras . Eu gostaria de saber dessas histórias nas suas postagens e se é.verdade que os argentinos e paraguaios que vinham de caminhonete desbravando a estrada velha que vinha desde.o morro inglês até aqui muitas vezes custeando a serra do mar e ainda vemos resquícios dessas passagens pela rodovia BR 508 .
Bem interesante a memória e leitura no contexto histórico através da fotogafia.
Parabéns.
Não mudou muito as coisa por aqui no litoral. A dengue ameaça e, continua a tirar sossego dos veranistas e moradores.
Na praça Santos Andrade, foto esclarecedora, a figura e o porquê “república de curitiba”, o embrião do bolsonarismo.
Estou amando acompanhar as fotos e as histórias delas.
Parabéns 👏👏👏❤️