A artista Juliana Stein, fundadora do Instituto Isso Conta, lança nesta quarta-feira (21) às 17h30, no saguão da Biblioteca Pública do Paraná (BPP), a obra O Verso da Página Contém o Outro Lado publicação é inteiramente acessível com transcrição em braille realizada pela Seção Braille da biblioteca. O livro traz fotografias, ilustrações e poesias visuais, utilizando as páginas do livro.
Juliana conta sobre a proposta do livro: “Proponho reflexões em torno do espaço subjetivo da leitura, seja do texto ou da imagem. A partir do conjunto de obras reunidas neste livro, busco acionar a linguagem a partir do fluxo razão-intuição. O sentido de algo se dá, muitas vezes, como um efeito e observar, acionar os jogos implicados nesse processo significa abrir novos caminhos”.
A acessibilidade da obra trouxe desafios para a equipe de Seção Braille da BPP como destaca a coordenadora Cleomira Burdzinski. “Optamos por realizar dois processos, confeccionamos um caderno específico em papel e código braille com as descrições de todas as imagens e, no próprio livro, realizamos a transcrição dos textos”, esclarece. Em média, a transcrição para o braille ocupa três vezes mais espaço do que um texto normal e por isso, optou-se por um caderno à parte. Burdzinski explica que a técnica se fundamenta em um código universal em relevo, utilizado como escrita e leitura tátil composto por células com seis pontos. A partir deles podem ser realizadas 64 combinações que representam letras, números, pontuação e acentos.
A Seção em Braille da BPP existe desde março de 1969 e se destaca nacionalmente entre as bibliotecas públicas por seu acervo com aproximadamente 25 mil títulos em livros digitais e 4 mil no formato “livro falado” (versão em áudio do livro em tinta). Neste caso, a gravação pode ser em voz sintetizada (artificial) ou de voluntários.
Desde 2020, quando fundou o Instituto Isso Conta, organização sem fins lucrativos, a artista desenvolve ações nas áreas de arte, educação, psicologia, filosofia, literatura, fotografia, e audiovisual. A proposta do instituto é promover acessibilidade e democratização da arte por meio da elaboração de livros, de exposições artísticas nas escolas e em outros espaços públicos com distribuição de material pedagógico e formação continuada de professores.
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(Foto: Divulgação)
